Para o PT-governo, que terá um aliado altamente dependente da benevolência governamental mobilizada ad hoc. Além disso, o PT-não governo terá um argumento a favor da eliminação sumária do Senado, conforme seu último congresso nacional demandou.
Para o PSOL alavancar sua solitária cadeira no Senado e se reafirmar, ao mesmo tempo, como a oposição ideológica legítima da esquerda ao petismo-lulismo e como herdeiro das bandeiras que levaram à fundação do próprio PT.
Para o DEM da Frente Liberal que no ocaso de seus caciques consolida sua oposição conjuntural ao governo e pode incluso travestir tal pragmatismo de democracia via o verniz das votações abertas no Congresso.
Para o PDMB, que continua sendo governo e (in)fiel da balança para o governo. Continuará açambarcando e distribuindo prebendas entre as correntes da legenda.
Para o PSDB obliterar os respingos do valerioduto mineiro (nacional?) e mobilizar suas lideranças aspirantes ao Planalto, adiantando a sucessão.
Para a República, escancaradas algumas de suas vísceras cotidianamente deixadas sob o tapete e indignados os cidadãos acomodados.
Para o próprio Renan, o último dos moicanos alagoanos, líder de Collor, ministro de FHC e presidente do Senado de Lula.
E para Lula, mais Renan do que Ernest Renan, que sábio dizia: "abençoados são os cegos, não sabem o suficiente para fazerem perguntas".