A carta de Levi inspirou-me a escrever sobre os nuances tão encantatórios da palavra escrita. Principalmente quando ele diz:
"A PALAVRA é a mais fantástica das armas, o melhor dos instrumentos!
Me assusto e me alegro, ao mesmo tempo, com quem sabe usá-la."
É isso que me encanta... Pessoas que como eu, e tantos aqui na Usina, têm a sensibilidade de captar e entender os nossos lamentos mais íntimos.
Escrever... Não é apenas dispor as frases no papel. Por mais culta que seja a linguagem, a expressão só cumpre o seu destino comunicativo, se despertar no coração do outro as mais puras matizes do amor, seja ele de que forma se apresente:
Amor-ternura
Amor-paixão
Amor-sensual
Amor-ilusão
Amor-amor... Esse de que não se tem a menor dúvida de haver conquistado um cantinho no coração do interlocutor.
E Levi disse mais:
"... a Palavra escrita é meio manca. Eu não estou aí pra me expressar, Milene. Você não está vendo minhas caratujas, minhas mãos cortando o ar, todo o meu corpo dançando enquanto pronuncio um texto, seja lá qual for."
Que riqueza de detalhes! E como, através deles, neste imensurável universo que nos legou a arte da escrita, podemos vislumbrar, ou imaginar ao bel prazer, a expressividade que paira nesse rosto que nunca vimos. Mas que se torna tão doce imaginar: um gesto, um olhar, um sorriso... E até umas lágrimas suscitadas pela emoção desta comunhão, tão grata, que a tecnologia nos oferece com tanta precisão.
Que utilidade sublime tem essa "máquina" que nos põe em contato com lugares mais remotos, onde a mente não consegue alcançar, mas o coração vai, num relance de segundo, e cumpre a sua trajetória perfeita.
Que bem me fez teu beijo, Levi. Um beijo "cheio de expressão" e que me fez arder a face e o coração, diante de tão gostosa sutileza.
Há momentos em que as palavras brotam como nascentes borbulhantes e nos ajudam a refrescar a alma.
Este foi um momento desses e que precisava ser "dito".