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Artigos-->A verdade sobre o TIM Festival (III) -- 17/10/2007 - 08:41 (Carlos Frederico Pereira da Silva Gama) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O logo do TIM Festival espelha com bastante fidelidade o espírito do festival.



Um amontoado de artistas, sem maiores cuidados com coerência estética ou coisa que o valha, bastante fora de moda. Junte tudo e bote um azeite na moita.



E viva, ou não, a liberdade da incoerência (copyright: Tropicalismo).



Mais algumas atrações/repulsões da edição 2007:



DEL REY



Depois do fiasco do Sheik Tosado (!) e de uma carreira-solo anônima, o vocalista hardcore-maracatu (!) China se une aos "Los Hermanos de Pernambuco" (copyright: Revista Veja) do Mombojó para gravar versões roquinho-sambinha de cRássicos jovem-guardistas do cancioneiro de Robertão e Tremendão. Vá se a boate da esquina mandar a banda cover de Jota Quest pastar.



KÁTIA B



A ilustre desconhecida ("nova diva", copyright: Teen Festival) conseguiu unir o líder maluco cabeça do muito interessante Vulgue Tostói com o inominável Plínio Profeta (aquele, do clip "antalógico" Eliane Galileu) no seu já terceiro (!) disco. E ainda tem João Barone e uns ingleses na produção. Vá se estiver faltando chuchu na feira ou azeitona na salada.



CRAIG ARMSTRONG



Esse é o fino. Pianista e arranjador que fez fama nos discos do Massive Attack, Craig vem conferir um verniz Free Jazz ao Teen Festival. Infelizmente a platéia devidamente sedada por uma horda de indie-gentes pensa que o rapaz se resume a um musicista de musical responsável pela "trilha" (!) do fraquinho Moulin Rouge. Vá esperando ver a Nicole Kidman.



NENEH CHERRY



Neneh é capaz de fazer milagres.



Conseguiu fazer, em plena era de ouro do Hip-Hop, o disco de estréia de uma mulher inglesa (!!) superar em contundência política seus contrapartes do outro lado do Atlântico. E o fez ao som de ritmo de prima. Lançou ao mesmo tempo o DJ e produtor Bomb The Bass (Buffalo Stance) e o pessoal do Massive Attack (Manchild).



Em seguida, fez sucesso em pleno mundo ocidental em parceria com um cantor africano, Youssou N`Dour, cantando uma música lenta sob os auspícios de um videoclip em preto e branco (Seven Seconds).



Mais ainda. Cobrindo o Free Jazz para uma finada revista, o show de Neneh motivou um extasiado Zeca Camargo a comparar a experiência com sexo coletivo (!!!!!!!!).



Sem dúvida, Neneh é gente que faz.



O problema: isso tudo foi há pelo menos 10 anos. O tempo que a guria vem segurando um disco de inéditas (desde o excelente Woman, uma resposta feminista a James Brown, de 1996).



10 anos sem lançar disco? Aí, nem com milagre. Dizem que ela virou avó. Vá em homenagem aos bons e velhos tempos.
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