O logo do TIM Festival espelha com bastante fidelidade o espírito do festival.
Um amontoado de artistas, sem maiores cuidados com coerência estética ou coisa que o valha, bastante fora de moda. Junte tudo e bote um azeite na moita.
E viva, ou não, a liberdade da incoerência (copyright: Tropicalismo).
Mais algumas atrações/repulsões da edição 2007:
DEL REY
Depois do fiasco do Sheik Tosado (!) e de uma carreira-solo anônima, o vocalista hardcore-maracatu (!) China se une aos "Los Hermanos de Pernambuco" (copyright: Revista Veja) do Mombojó para gravar versões roquinho-sambinha de cRássicos jovem-guardistas do cancioneiro de Robertão e Tremendão. Vá se a boate da esquina mandar a banda cover de Jota Quest pastar.
KÁTIA B
A ilustre desconhecida ("nova diva", copyright: Teen Festival) conseguiu unir o líder maluco cabeça do muito interessante Vulgue Tostói com o inominável Plínio Profeta (aquele, do clip "antalógico" Eliane Galileu) no seu já terceiro (!) disco. E ainda tem João Barone e uns ingleses na produção. Vá se estiver faltando chuchu na feira ou azeitona na salada.
CRAIG ARMSTRONG
Esse é o fino. Pianista e arranjador que fez fama nos discos do Massive Attack, Craig vem conferir um verniz Free Jazz ao Teen Festival. Infelizmente a platéia devidamente sedada por uma horda de indie-gentes pensa que o rapaz se resume a um musicista de musical responsável pela "trilha" (!) do fraquinho Moulin Rouge. Vá esperando ver a Nicole Kidman.
NENEH CHERRY
Neneh é capaz de fazer milagres.
Conseguiu fazer, em plena era de ouro do Hip-Hop, o disco de estréia de uma mulher inglesa (!!) superar em contundência política seus contrapartes do outro lado do Atlântico. E o fez ao som de ritmo de prima. Lançou ao mesmo tempo o DJ e produtor Bomb The Bass (Buffalo Stance) e o pessoal do Massive Attack (Manchild).
Em seguida, fez sucesso em pleno mundo ocidental em parceria com um cantor africano, Youssou N`Dour, cantando uma música lenta sob os auspícios de um videoclip em preto e branco (Seven Seconds).
Mais ainda. Cobrindo o Free Jazz para uma finada revista, o show de Neneh motivou um extasiado Zeca Camargo a comparar a experiência com sexo coletivo (!!!!!!!!).
Sem dúvida, Neneh é gente que faz.
O problema: isso tudo foi há pelo menos 10 anos. O tempo que a guria vem segurando um disco de inéditas (desde o excelente Woman, uma resposta feminista a James Brown, de 1996).
10 anos sem lançar disco? Aí, nem com milagre. Dizem que ela virou avó. Vá em homenagem aos bons e velhos tempos.