Os sentidos sabem distinguir com perfeição entre o belo e o não-belo. Se há discussão quanto à fonte da beleza, se o objeto ou quem o percebe, não há o que se discutir quanto à subjetividade do conceito. Ao passo que meus olhos contemplam uma forma, deliciados pela beleza que dela extraem, outros olhos podem não enxergá-la, ou vê-la em outras formas que os meus sequer notam.
Muitos julgam a beleza como resultado do equilíbrio perfeito entre as partes que compõem uma determinada forma. Nos concursos de misses, tais são os critérios absolutos para a escolha da mais bela. No entanto, como se trata de uma realidade cuja exatidão não passa por conceitos matemáticos, e sim por aqueles que privilegiam o resultado que as formas produzem no sujeito pelo objeto, há que se desprezar qualquer tentativa de conceituar a beleza nesses termos.
Se não é correto afirmar que a beleza está nos olhos de quem vê, contudo, é melhor aceitar tal afirmação como estando mais próxima da verdade do que simplesmente deixar que outros critérios, alheios à subjetividade humana, determinem, como sendo lei, o que é e o que não é belo.
E quando se fala em forma, não se está limitando a beleza àquilo que os olhos vêem. É tão somente para sua conceituação. É óbvio que o mesmo se aplica a outras percepções, como por exemplo, aquelas derivadas da audição de uma belíssima sinfonia, ou da leitura de um lindo poema.