Não estou gostando nada desta história de “terceiro mandato”. Isto me soa a ditadura. Será que ele (o Presidente) vai pegar a mania do Chavez, da Venezuela? Lá pelo menos tem muito petróleo e pouca gente, tem a Bolívia vizinha, a quem o Hugo Chavez promete invadir, tomar-lhe os minérios, o gás e a droga. Aí se tornaria o senhor da América do Sul, do petróleo ao tráfico de droga.
Aonde essa política populista do Lula chegou? Nem ele mesmo adivinhava. Agora fica estimulado pelos seus “puxa-sacos” a pensar besteiras. Bolsa-escola, bolsa-família, luz-para-todos, isto e aquilo...
Empregos, que é bom, vieram poucos (e no primeiro mandato). Somos um país onde os jovens não podem estudar, não podem trabalha, não podem praticar esporte sadio. Em tudo falta estrutura. E vão fazer o quê? Caem na bebida, na droga, na jogatina, pois para aquilo que não presta nunca falta dinheiro.
Está no tempo de os “caras-pintadas” saírem às ruas de São Paulo, do Rio, de Salvador, de Recife a Fortaleza, de Porto Alegre a Curitiba, cheios de consciência de que socialismo, pelo menos nos moldes do século XX, não deu certo. Só nos serve agora como história. Sei que as oposições ainda estão muito fracas. Mas precisam perceber que o perigo está à vista. Vigilância. Manifestações. Luta. Sem elas, nada de bom pode acontecer. Com todos os defeitos, a democracia liberal ainda é a melhor opção. Mesmo com capitalismo. Não há outra alternativa.
Fidel seria o último ditador da América. Mas, por desconto de pecados, nos aparece agora esse Hugo Chavez. E, em seguida, aquela história, também muito feia, que o presidente da Argentina arrumou para candidata sua mulher.
Não abro mão dos princípios democráticos e constitucionais. Politicamente, mesmo com a gente de outros partidos, prefiro agarrar-me à democracia.
Alguém me falou ontem, na rua:
– Olhe, venha para o PSOL, é o único partido que existe.
Cá comigo, o PSOL é também uma opção com socialismo e mais caduco ainda do que esse que o PT está fazendo – o socialismo populista. Mas não pensem que sou contra o socialismo. Cito aqui o final de meu poema “Milagre da Divisão” (do livro “Areias”, 1966): “O bom Jesus deu mesa à multidão / com sete pães. Bendito qualquer ismo / que multiplique e faça a divisão”. Continuo acreditando no socialismo cristão, apesar do Bush.