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Artigos-->MARA MONTEZUMA ATACA COM IVES GANDRA MARTINS . . . -- 05/07/2008 - 13:32 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






RISCO À SOBERANIA

Ives Gandra Martins

JB 17.06.2008





Mauro Santayana, em brilhante artigo para este jornal, sob o título

"coisas da política", alertou o país sobre os riscos de obterem-se

recursos de países estrangeiros ou instituições internacionais

destinados à preservação da Amazônia.



Por outro lado, Denis Rosenfield, em artigo Qual latifúndio, apresenta

dados que impressionam. Mostra que as culturas temporárias (feijão,

milho, arroz, soja, trigo, algodão etc.) ocupam 55 milhões de

hectares, ou seja, 6,4% do território nacional; as culturas

permanentes de ciclo longo (café, cítricos e frutíferos), 17 milhões

de hectares, vale dizer, 2% do total; as florestas plantadas têm 6

milhões de hectares (0,6%). Tudo junto são 77 milhões de hectares, o

que quer dizer 9% do território brasileiro.



Tais dados revelam duas inverdades que têm sido apresentadas aos

brasileiros. A primeira, pelo MST, de que não há política agrária.

Ora, só de assentados há 77 milhões de hectares!!! Nove por cento do

território nacional, por incrível que pareça, e o MST diz que não há

reforma agrária. Seus integrantes receberam nos dois governos FHC e

Lula, a mesma extensão de terra de todas as plantações temporárias e

permanentes e de florestas plantadas existentes no Brasil. Talvez

desejem que o Brasil inteiro seja entregue para seus comparsas.



Nitidamente, o MST é um movimento político para implantar a ditadura

pela violência (invasão de terras e prédios públicos), e não um

movimento nacional de reivindicações, que, na democracia, são feitas

através dos parlamentos. Em outras palavras, não deseja fazer o teste

das urnas e pretende implantar um Estado totalitário, em que o direito

à propriedade deixará de existir, menos para os seus militantes, que

se apropriarão de tudo.



A segunda inverdade, é que haveria pouca terra destinada aos

indígenas. Os índios, entretanto, receberam 107 milhões de hectares do

governo federal. A menos de meio milhão de índios - 0,25% da população

brasileira - é destinada área maior do que todas as áreas de cultura

permanente ou temporária e de florestas do Brasil, que é um dos

grandes exportadores mundiais de alimentos. O pior de tudo é que

nenhum brasileiro pode entrar em território reservado às nações

indígenas sem obter autorização de um funcionários de Funai. E tal

autorização vale apenas por algumas horas. Em outras palavras, o

direito de ir e vir livremente, no Brasil, é apenas assegurado em

pouco mais de 85% do território nacional, visto que quase 15% são

territórios da Funai e das nações indígenas, e não de todos os

brasileiros. O inciso XV do artigo 5º da Constituição Federal, que

assegura ao brasileiro e ao estrangeiro locomoverem-se livremente

no país, foi revogado pela Funai.



Não é sem razão que Mauro Santayana e Denis Rosenfield alertam os

cidadãos para o risco que estamos correndo diante dos seguintes fatos:

as nações mais desenvolvidas falam em escassez de alimentos pelos

próximos 10 anos, sendo certa a inflação mundial que dela decorrerá; a

ONU, com o aval do Brasil, firma declaração que as nações indígenas

devem ter autonomia e independência, e que sua preservação é de

responsabilidade internacional.



E, por fim, o Diário do Comércio de 04/06/2008 estampa na capa que os

ianomâmis vão propor à ONU que parte do território brasileiro e da

Venezuela sejam-lhes destinados para que formem um novo país,

riquíssimo, de resto, em reservas de urânio.

Estamos, na verdade, chocando ovos de serpente para o futuro da nossa

soberania
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