Francisco Miguel de Moura – Membro da Academia Piauiense de Letras
Leio notícia de que a China, essa potência mundial nascente, ou melhor, esse gigante adormecido que acorda, está de acordo com o Protocolo de Quioto, com relação à proteção da natureza, para buscar todos os meios possíveis de diminuir a poluição e a destruição da natureza, diferente da outra grande potência, a América, que teima em não aceitar essas condições, para, impunemente, continuar a sujar não somente a Terra, aqui dentro, e envenenar seus pobres habitantes, como o entorno do planeta com os mais absurdos engenhos mandados ao espaço, que aqui e acolá voltam à atmosfera e caem como perigo permanente sobre nossas cabeças. Pelas notícias, a China já mandou fechar muitas indústrias que desrespeitavam as leis de proteção ambiental. Protege o seu país, sua casa e a casa de Deus, que é a natureza. Como bons políticos, os chineses querem cuidar antes do bem comum. Diferentes daqueles que só cuidam de enriquecer, em primeiro lugar ou exclusivamente, e trabalhar para sua família, seus parentes, esquecendo que ser político é ser homem público, esquecendo que “o poder não tem sentido se não se volta para o benefício de muitos”, especialmente do cidadão comum, do país como um todo, da nossa casa geral como o universo – portanto, sem descuidar dos planos ecológicos, da preservação do meio-ambiente, do respeito para com a humanidade, a cultura e a civilização.
Fazer boa política é organizar o povo para por si mesmo dirigir a maioria das ações de sua vida e da vida da comunidade. Cidadania quer dizer não apenas que o cidadão seja o dono do seu próprio nariz, com liberdade para dizer e fazer o que quiser, mas ser consciente de que pagará por seus erros, suas ações, e se forem contra a lei nunca ficarão impunes. O cidadão é o principal interessado na resolução de seus problemas, dos problemas do seu país, da sua comunidade e da comunidade internacional. A política que não se interessa por esses problemas é uma negação da política. Não há boa política com mentiras, nem com ódio aos adversários, nem com o compadrio com eles, nem com a adulação ao eleitor, nem com a troca de favores. O político tem que ser pessoalmente impassível. Embora seja duro tal comportamento, é o que melhor condiz com a ética de quem responde pelo bem público, de uma forma ou de outra.
Mas o que vemos é que grandes empresários se metem a políticos simplesmente para defenderem os interesses próprios de suas empresas, não pensam nem um pouco no bem comum. É a contrafação do político. A política dever ser um sacerdócio. Mas onde encontraremos tais políticos?