No Comércio de 04.08.89 foi publicada uma matéria minha com o título “Desprezando a Luz”. Escrevi aquela matéria no intuito de estimular os investimentos do governo na educação. Copio a seguir alguns parágrafos daquele artigo:
“O maior investimento em termos econômicos que existe no mundo é a educação. Não há outro melhor. Pode haver muitos com bons e rápidos retornos, mas sempre haverá riscos, ou ainda insegurança na aplicação em razão principalmente dos impostos, taxas e juros bancários praticados no Brasil. Na educação não existem riscos. O retorno pode ser demorado porque se trata de um investimento em longo prazo. Porém, é solidamente garantido para o resto da vida. Investir na educação é investir na pátria. Muitos pensam que a pátria é o espaço delineado nos mapas, ou as imensidões de terras. Ledo engano! Pátria é pessoa, gente, povo! Se não fosse assim a pátria judaica não sobreviveria dois mil anos dispersa entre outros povos do mundo”.
Em nosso país os profissionais do ensino são pessoas necessitadas porque não ganham o suficiente. Tanto os governos de algum tempo atrás, quanto os de hoje não cumprem obrigatoriamente com os necessários investimentos na educação, apesar da Constituição determinar a educação como “direito de todos e dever do Estado e da família”. Mas, nossa Constituição sempre foi “mentirosa”. O primeiro prejudicado é o professor e em segundo o aluno, que assimilará a frustração do mestre. Já teremos assim um futuro brasileiro sem estímulo para tudo que se refira ao estudo e ao seu progresso pessoal, repassando isto para os descendentes. Esta bola de neve tem crescido há muitas décadas. Quando o governo alega a falta de verbas está admitindo a sua incompetência, porque evidentemente terá verbas para investir em sua imagem em época de eleições, que no Brasil é a cada dois anos”.
No Comércio de 05.09.93, quatro anos depois, escrevi outra matéria com o mesmo título. Começava assim: “escrevi neste espaço sobre o tema há alguns anos e nada mudou. O Brasil continua menosprezando a capacidade humana e principalmente o futuro do país. A mediocridade de nossos governantes continua em alta. É verdade que eles tiveram acesso à educação de maneira eficiente, bem por isto falam bem, escrevem bem e mentem muito bem”.
O descalabro na educação leva um país a ser o que hoje somos: um lugar dos mais violentos do mundo. Um país em guerra social, com matanças de inocentes, em denúncias diárias de pedofilias, com um imenso desemprego, numa inversão de valores absolutamente caóticas e incapazes de chegar a um consenso pacífico, simplesmente porque esta atual geração adulta não foi educada de acordo com o padrão moral e social que a antiga escola pública tradicional ensinava. E assim num passado mais recente deu-se início ao desmantelamento do ensino aos pobres. Essa destruição do ensino público teve a intenção óbvia de dar continuidade à ignorância dos pobres, tornando-a mão de obra sem custos para o capital. E até hoje o pobre ganha um salário dos mais miseráveis do mundo na Terra de Santa Cruz. A terra pode ser santa, mas o salário é demoníaco! A ignorância gera a pobreza, que conseqüentemente gerará mais ignorância. Quem não estuda não conhece leis. Ignora seus direitos e afunda no lamaçal dos vícios, os quais rondam com mais vigor os menos favorecidos dia e noite. Só mesmo os verdadeiramente educados são qualificados para os bons empregos e estes quase sempre pertencem às classes abastadas. A educação de qualidade no Brasil não pertence aos pobres e sim aos ricos, os quais vampirizam os pobres com a ajuda dos governos ao produzirem escolas de má qualidade. Os governos estaduais, municipais e federal são, portanto, coniventes com a péssima educação dos pobres em razão principalmente do interesse do capital pela mão de obra barata, ou semi-escravizada. Lula, nosso bravo presidente, piorou a situação aumentando as esmolas, ao invés de investir na educação.
Jesus disse para colocarmos a luz num lugar mais alto e não embaixo de uma mesa. A luz em boa altura ilumina a todos que a vêem a exemplo do sol. E assim deve ser feito em todas as escolas porque só existe luz verdadeira numa sala de aula. Só existe paz dentro dessa luz. O Brasil tem realmente nos poderes públicos homens colocando a luz embaixo da mesa, para não enxergarmos a sujeira deles no ensino de má qualidade e na roubalheira que eles praticam diuturnamente. Jesus como sempre tinha razão: não existe suficiente luz neste país maltratado. Nossos políticos desejam a escuridão para todos os pobres, porque assim ficamos na ignorância das roubalheiras deles.
Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista
Jeovahmnunes@hotmail.com
(publicado no jornal "Comércio do Jahu" de terça-feira, dia 23 de setembro de 2008 - página 2 - Opinião)
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