LUIZ ROBERTO TURATTI*
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O jesuíta Prof. Dr. Padre Oscar González-Quevedo (
http://www.institutopadrequevedo.com.br e
https://www.facebook.com/institutopequevedo/) foi um autêntico showman no Curso de Parapsicologia ministrado sábado e domingo, 20 e 21 de Setembro de 2008, no majestoso Espaço Cultural Auxiliadora (Teatro do Insa), em Araras (SP).
Quevedo explanou de forma sucinta a muitos temas corriqueiros e por demais já demonstrados, como: feitiços, psicografia, horóscopo, cirurgias mediúnicas, cartomancia, TVP etc., porém, quando o tema era merecedor de mais atenção, como: lágrimas (normais, de sangue ou de mel) em imagens de santos (por todo o mundo); aparições (não há “aparições” – são visões, de dentro para fora); satanismo (uma das seitas que mais crescem e mais sacrificam pessoas nos seus rituais, no mundo todo); milagres (aos milhares e, apesar da evolução dos tempos, mantêm-se únicos, de mãos dadas com a Ciência); precognição (visão do futuro – e não “premonição”, que é uma terminologia espírita, portanto, supersticiosa); sugestão e auto-sugestão (perigosíssimas quando mal empregadas, porém, muito benéficas se positivamente dirigidas); curandeirismo (especialmente nas muitíssimas denominações evangélicas, nos centros espíritas, que somam mais de 56 mil religiões espalhadas mundo afora) etc., ele se deteve à saciedade e os presentes ficaram boquiabertos diante de sua argumentação abalizada, desafiadora, segura, profunda, apesar de em apenas 12 horas de curso.
Bradou de joelhos, inúmeras vezes, sua marca registrada: “Demônios, exus, ondinas, salamandras, larvas astrais, espíritos dos mortos, venham todos contra mim! Por favor!”, para demonstrar que tais “entidades” são interessadas invenções humanas e sem poder algum.
Falou de um tema delicado dentro da própria Igreja, mais precisamente da Renovação Carismática, na qual se supõem falar a língua do Espírito Santo, termo da Psiquiatria introduzido pela Parapsicologia, denominado glossolalia, portanto, perfeitamente natural. Deixou claro também que a xenoglossia é outro fenômeno absolutamente natural de falar línguas desconhecidas sem tê-las estudado.
Repetiu, à exaustão, que se o mal existe e muitas vezes nos ataca, não quer dizer que algo de sobrenatural seja a responsável, quer sejam pecados, demônios, mortes, espíritos de mortos etc. “Se Deus é Pai, é Bondade, é Perfeição, é Criador etc., seria uma contradição Ele permitir que o mal pudesse intervir no nosso mundo e nos atacar. Somos nós os únicos responsáveis, por tudo de bom e de mal que nos acontece. Temos de ser responsáveis por nós, em tudo!”, advertiu.
Disse mais: “Sendo humanos, todos nós somos passíveis de erros, fraquezas, doenças etc., o que não quer dizer que sejam castigos de Deus. Todos nós podemos errar e isso pode nos trazer conseqüências naturais, como doenças, fracassos pessoais e nos negócios, ou a morte de um ente querido... São conseqüências naturais, das quais ninguém escapa, sejam ricos ou pobres, cultos ou ignorantes.”, disse.
Empolgava-se ao citar, ao longo do curso, ao Papa Bento XIV (1675-1758), “o papa parapsicólogo”, repetia ele. “Próspero Lambertini, natural de Bolonha, foi papa de 1740 até 1758. O mais sábio dos papas e também o maior parapsicólogo de todos os tempos. Nunca errou na interpretação e demonstrou saber tudo o que só dois séculos depois a Parapsicologia descobriria, e já se pronunciou sobre tudo o que a Parapsicologia pretende estudar e do que ainda não chegou a uma conclusão. Não só explica insuperavelmente em que consiste cada tipo de fenômeno parapsicológico, os que são reais e os que são mitos, senão que também, e novamente de modo insuperável, estabelece onde termina em cada fenômeno o natural e onde começa o sobrenatural.” Bento XIV tinha como lema “Prefiro rejeitar mil possíveis milagres a aceitar um só que não o seja”.
Finalizando, a todos que nos honraram para o sucesso de mais este grande evento cultural para Araras, o qual superou todas as nossas expectativas, o nosso muito obrigado.
*ararense, ex-aluno do
Padre Quevedo