O nosso governador José Serra é mais um “Alkmin” querendo ditar suas próprias leis. Os policiais que o digam. Nós somos protegidos pela Polícia civil de uma maneira eficiente porque são bons investigadores, resolvendo casos escabrosos de assassinatos e crimes hediondos. A Polícia Militar faz o papel de força pública armada e capaz de dar proteção também ao cidadão comum. Mas, o que temos é um governador “pão duro” incapaz de dar um aumento justo aos policiais, quando em muitos Estados até no nordeste os salários são compatíveis com a perigosa função do policial. A Polícia Federal tem seus agentes ganhando quase oito mil reais por mês. Sou ferrenho crítico do presidente Lula, mas em muitos casos como este o presidente está correto. Ganhar bem faz bem a todos elevando o moral social dos trabalhadores de qualquer ofício. O governador Serra está plantando hoje o seu futuro fracasso político quando decidir sair candidato a presidente. O eleitor bom e justo tem simpatia pelos policiais. Quem não gosta da Polícia são os bandidos. Dia 16, quinta-feira, o governador sentiu o gosto amargo de ver suas polícias em confronto por causa de salários de fome e viu também que os policiais não eram os pobres professores que levam bordoadas e se retraem apavorados. O PSDB perde terrenos em razão de suas empáfias políticas, assim como o PT. Em breve o PV será a bola da vez em todo o país. A cidade de Jaú profetizou isto. A semana a esta altura já prometia ser de longos dias de violência e tristeza.
Na capital paulista o prefeito Kassab aumenta a diferença percentual em cima da candidata Marta Suplicy, mais conhecida em Sampa como “Martaxa”. Corre até um refrão entre o povo assim: “goza e relaxa, mas não vote na Martaxa!” É. O povo não tem papas na língua. Segundo a candidata Marta, Kassab teria dois grandes e principais motivos para não ser reeleito prefeito de São Paulo. O primeiro seria o seu histórico, suas más companhias do passado e o fato de sua filiação partidária, o DEM, ex-PFL. O segundo seria o fato de Kassab não ser casado e não ter filhos, o que, segundo a Marta, estaria fora do tradicional para o cargo almejado, cargo que, aliás, Kassab ocupa atualmente, pois busca a reeleição. Se seguir nesta linha a próxima tática de Marta e seus marqueteiros será mostrar a língua para Kassab publicamente, tamanha a falta de argumentos políticos, que denunciam o PT em linhas gerais perdendo a força em discursos nos grandes centros urbanos. A semana corria solta politicamente falando e só o Kassab mantinha a tranqüilidade.
A rotina das violências foi quebrada por um tipo raro de violência com o caso de um namorado apaixonado em Santo André, no ABC. O rapaz de 22 anos de nome Lindembergue, o qual lembra o aviador americano Charles Lindbergh, concorrente do nosso João Ribeiro de Barros na travessia aérea do Atlântico, resolveu invadir o modesto apartamento onde morava a ex-namorada Eloá, de 15 anos, uma adolescente. Isto aconteceu na terça dia 14 último. Os motivos são banais para o atual estágio dos modernos namoricos. Mas, neste caso já fazia três anos que os dois namoravam. Ela devia ter doze anos quando iniciou o namoro. Uma criança. Ele dezenove. Deu no que deu apaixonite aguda. Qualquer rapaz teve o seu grande amor da juventude. Imaginemos se todos resolverem tirar satisfações pelo fim do namoro, mesmo tendo sido um grande amor. A coisa degringolava de vez. Foi o que aconteceu. Lindembergue perdeu a cabeça e armado tomou o apartamento da jovem e ali ficou por quatro exaustivos dias no chove, mas não molha. O Brasil inteiro acompanhou. Aliás, o mundo todo. E todos nós torcíamos por um desfecho amigável com o rapaz depositando a arma no chão erguendo os braços sem violência, entregando-se à Polícia. Ninguém acreditava num final violento, mas foi o que ocorreu. A Polícia invadiu o apartamento e o rapaz teve alguns segundos para atirar na Eloá na cabeça e na virilha. Depois atirou no rosto da amiga Nayara. Esta tinha sido liberada, mas em razão da forte amizade com Eloá não quis deixá-la a sós com o jovem desesperado e voltou ao apartamento.
Tal acontecimento lembrou-me da tragédia Romeu e Julieta. A diferença é que estes se entregaram à morte pelo forte amor que tinham um pelo outro. No caso do Lindembergue e Eloá não havia um amor exagerado dela e sim dele. O homem quando ama se desespera ao perder o objeto amado. A mulher não. Sofre calada. Mas, este drama teve um final extraordinariamente mais emocionante porque os órgãos vitais da Eloá foram cedidos aos doentes necessitados deles. Sete pessoas foram agraciadas com estas bênçãos. O amor prevaleceu senão de uma forma, foi de outra muito mais forte ainda.
Foi a mais longa das semanas que senti no âmago de meu coração.
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