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Artigos-->NEVE NA FLORESTA. -- 30/12/2008 - 15:58 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420479592019200


NEVE NA FLORESTA.

Ana Zélia



O poeta é o pintor que usa a magia, não das tintas, mas das palavras. Ana Zélia



É Monte Alegre no Pará. Fim de tarde.

Mata densa junto ao cais.

Com a chegada da noite, revoada de garças alvas como a neve, em bando elas pousam para o descanso, vindas de toda parte.

É mais uma noite.

O caboclo adivinho diz:

“– Garças subindo, águas crescendo. Enchente grande, até junho quando haverá a primeira parada”.

Ilhas flutuantes de murumurú ou murerus, a gasolina do futuro descem rio abaixo...

Passageiros pegam carona, são garças, urubus que saboreiam a carniça.

A floresta se fecha alva com tantas garças;

Num contraste urubus negros como a noite, modulam o branco-negro na floresta.



É Monte Alegre! É Amapá! A Serpente Marítima da ENASA.

A boca do mundo. Um Gigante de boca aberta, um caboclo em sua inocência tenta fazer girar um motor na pequena canoa. Dentro dela seus dois filhos.

Ele tenta fazê-lo pegar e se distrai. De repente o perigo iminente.

Gritos de toda parte, tarde demais, a Serpente traga o motor e sua tripulação que passam adernados de um lado ao outro.

Talvez do barco nada reste a não ser o susto, o medo pela imprudência, imperícia de seu condutor.

É o Catamarã AMAPÁ! É Monte Alegre no Pará.

Um acidente!...

Parece ter imã a Serpente. Atrai tudo em sua passagem!

É Yara de certeza, camuflada. A Mãe d’Água chama a si o caboclo desatento.

Incrível! A pequena embarcação bate de frente, ei-los do outro lado. É cômico se não fosse triste!

A solidariedade na pequena cidade se faz ver em segundos. Barcos se deslocam, montarias com remos ágeis, logo chegam ao local e salvam os três. Um pequeno cochilo gravado eternamente na lembrança.

Nunca mais um barco, o prejuízo. Quem sabe pequeno. Mas a lembrança do “impossível” eternamente.

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Monte Alegre, bordo do catamarã “AMAPÁ” da extinta ENASA, em 30.04.1994 (18.45h) Ana Zélia



Nota da autora: A extinta ENASA, tinha quatro catamarãs, dois turísticos (Amazonas e Pará) e três regionais (Rondônia, Roraima e Amapá) na rota Belém-Manaus e vice versa, fiz 99 viagens. Conheci o rio Amazonas. Seus mistérios, sua gente, as Amazonas que vivem, nas margens do Estreito de Breves, que entram e saem dos navios com crianças remando em pequenas montarias (canoas mínimas). A extinção desta Empresa destruiu sonhos dos ribeirinhos que os utilizavam com segurança. E nossos representantes, nada fizeram, nem os do Pará, nem os do Amazonas. Eles não viajam de barco. Manaus, 30.12.2008. Ana Zélia

Um sonho que findou e a Amazônia continua sem navios confiáveis. Acordem, por favor! Ana Zélia



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