Quem me conhece sabe muito bem que sou muito curioso, posso dizer que ao extremo. Se alguém estiver conversando perto de mim, pronto, é uma cena perfeita para que a minha curiosidade entre em ação. Se fico sabendo de algum fato pela metade, não sossego até saber de tudo. Quando alguém na sala de aula, pede-me para entregar um bilhete para um colega próximo de mim, vem aquela vontade impulsiva de querer abri-lo (mas não abro, acreditem!). A cada ação, ou reação, de uma pessoa que me chame atenção, quero logo saber o porquê de ter agido, ou reagido, de uma determinada maneira. Então, fico com meus botões cogitando: qual foi a causa que levou fulano a fazer isso, ou falar aquilo? Sei que não sou psicólogo - nem tenho pretensão de ser - mas a minha "aflição" de ver o que se passa, chega a ser maior do que a razão. Mesmo assim, acho que a curiosidade não seja um defeito - pelo contrário.
O ser humano, para sentir-se seguro e bem consigo mesmo tem de, uma certa maneira, estar no controle das coisas, e estar no controle é ter as suas dúvidas e incertezas supridas. Ora, se a curiosidade é querer saber o desconhecido, e o desconhecido nos apavora, quero nada mais nada menos que entender as coisas e as pessoas para assim, sentir-me e viver melhor.
Dizem, por aí, que a alegria de um gordo é ver outro gordo (nada contra os gordinhos é só para ilustrar esse artigo), já a minha alegria é saber que muitos também são curiosos como sou, vou além, todos são curiosos! Uns mais discretos do que outros, é verdade, mas no geral, somos iguaizinhos, isso vale para os homens e também para as mulheres. Do que tem de mulher que fica curiosíssima de saber qual a roupa que a sua amiga, prima, colega, ou rival vai para a festa ou para igreja, não é brincadeira! Todavia, os homens não ficam por menos, uma das grandes curiosidades masculina (apesar de ser boba) é saber: por que as mulheres quando estão em uma festa ou no shopping Jardim (não é marketing, é que o Riomar - cá entre nós - não tem tido o mesmo público que outrora) tem que sempre ir com a amiga ao banheiro? É incrível! Isto acontece em 99,99% dos casos.
Quando chegamos em uma roda de amigos, e a conversa gira em torno de alguma morte, queremos logo saber quem morreu, é ou não é? Sem falar, na quantidade de mulheres que compram a revista Contigo, para tomar conhecimento imediato dos próximos capítulos da novela. E, quando aparece na capa da revista Caras, a mansão de algum artista, rapidamente, começamos a folhear as páginas para conhecer a casa, da garagem ao quintal. O escritor, Marcelo Duarte, escreveu o livro "Guia dos curiosos", e foi um sucesso! Chegou ao ponto de fazer outros livros de curiosidades, sobre temas específicos como no esporte, e o êxito foi o mesmo.
Por esta altura, todos aqueles que lêem o meu texto, talvez, não sabem onde quero chegar, no fundo, o que escrevi é para dizer que a curiosidade é uma característica inata do homem, mas que precisamos usá-la para áreas, realmente, significativas da nossa vida, e não somente, para coisas vãs. Porque muitas mentirinhas surgem, de tal modo, que têm destruído amizades de longas datas, é um disse-me-disse , é um ouvir dizer , que se não tivermos a curiosidade de saber quem foi que disse o fato, se não investigarmos direitinho esses boatos que sempre aparecem, poderão colocar em xeque uma amizade, um namoro ou até mesmo um casamento. Por isso, não se precipite em suas ações, pense bem, apure, não acredite em tudo que lhe dizem.
Bem, pelo menos, essa e a minha visão das coisas, aquilo que penso e pelo qual tento pautar o meu comportamento. No mais, a decisão de pôr em prática essas simples dicas dependerá unicamente de você.