Luiz Tarciso Coelho Bezerra, Técnico em Contabilidade, estudante de Administração, bancário e poeta. Publicou o livro de poesias Liberdade, Picos (PI), em 2002, tem vários trabalhos publicados em revistas e periódicos nacionais (Revistas PREVI e De Repente), participou da Antologia Upeana I, Picos (PI), em 2005, da I Antologia Literária da Região do Arari – Marajó, Soure (PA), em 2007, da II Antologia Literária do Marajó, Soure (PA), em 2008. Foi premiado com o soneto: Cândida, és Mãe, pela Litteris Editora, Rio de Janeiro, 2008, cuja poesia consta na Antologia Literária: Um Soneto para Machado de Assis, publicada em comemoração aos 100 anos de morte do maior escritor brasileiro. É membro da União Picoense de Escritores – UPE – Picos (PI) e do Clube do Poeta e do Escritor Marajoara – CPOEMA – Soure (PA).
Agradeço a Deus, aos meus pais Cândida e Manoel, aos meus filhos Bruno, Sampson, Tarcisinho e Ariadne e a minha neta Camila, que me inspiram a sonhar com um Mundo mais justo, ordeiro e pacífico e a Humanidade mais consciente, livre e feliz.
Cidadã Cratense
Nascida em Independência (CE), em 22.11.1924, filha de Raimundo Braz de Oliveira e Maria Gonçalves de Oliveira, foi para Crateús (CE), então aos sete anos de idade, para residir com seus tios Joaquim e Zezinha, os acompanhando quando da transferência da família para o Crato, em 1937. Seus tios Joaquim e Zezinha foram genitores de vários filhos que se tornariam ilustres, dentre os quais destaco o saudoso Dr. Raimundo Coelho Bezerra de Farias, médico e político que exerceu importantes cargos como os de Deputado Federal Constituinte, Secretário de Saúde do Estado do Ceará e Prefeito Municipal do Crato.
Acolhida no seio daquela importante família, viveu até se casar em 1943 com o Varzealegrense Manoel Sampson Bezerra, partindo com o mesmo para Aba da Serra, zona rural de Várzea Alegre (CE), onde deram início à vida conjugal que resultou na descendência de 77 pessoas, entre 13 filhos, 36 netos, 26 bisnetos e 02 tataranetos, sem contar, ainda, com mais 02 bisnetos atualmente por virem.
Como diz nossa irmã Ana Cristina: “Uma descendência invejável para qualquer família e orgulho para nossa”.
É com alegria que faço o registro do aniversário, hoje, da nossa sobrinha Bruna Laíssa Coelho Sidrin Tavares, filha de nossa irmã caçula, Tereza Cândida, que foi um grande presente para mamãe ao nascer na mesma data de seu aniversário.
Durante os 13 anos vividos na Aba da Serra mamãe foi dona de casa, agricultora e professora estadual e papai foi agricultor e vereador.
Em 1956 se transferiram para Cedro (CE), em busca de melhores estudos para os seis filhos de então. Naquela cidade mamãe continuou dividindo os afazeres do lar com os de professora e papai foi enfermeiro, dono de farmácia, vereador e fiscal da Fazenda Estadual.
Voltaram a residir no Crato em 1970, com treze filhos, dois já casados, e alguns netos, onde mamãe, já professora aposentada, continuou com os afazeres do lar e papai como cobrador de impostos até o último dia de sua vida.
Sempre que nosso pai se referia aos filhos, dizia: “Tenho 13 filhos e nenhum problema”, numa negação ao dito de que: “Em toda família tem uma ovelha negra”. Embora a modéstia me impeça de tecer comentários sobre nós, permito-me afirmar que não conhecemos ovelhas negras na descendência de Cândida e Manoel, cujos 13 filhos se tornaram pais ou mães e cidadãos ou cidadãs de condutas ilibadas.
Hoje não sinto clima para tristeza, nem para aqui relatar as dificuldades que Cândida e Manoel enfrentaram durante os 44 anos de convivência conjugal, só terminada com o falecimento de nosso saudoso pai em 1987. Sinto sim, o clima festivo em ver uma tão importante e tri-centenária comunidade como a do Crato, reconhecer a importância desta mulher, que na década de 1930 viu ser erigida na bela Praça Francisco Sá, a Coluna da Hora, que é encimada pelo Cristo Redentor, ícone da fé e religiosidade cratenses, e que tem em seu pedestal a inscrição: “Sede bem vindo, nesta terra há sempre lugar para todas as pessoas de boa vontade”, o que confirma a hospitalidade de seu povo. E você, mamãe, foi bem vinda, tão bem vinda que hoje estes nobres vereadores, legítimos representantes de todos os Cratenses, lhes outorgam o título de Cidadã Cratense, o que a coloca em igualdade com pessoas como Alexandre Arraes, Bárbara de Alencar, Pinto Madeira, Monsenhor Rocha e todas as pessoas que, por berço ou por adoção, podem ostentar o honroso título de Cidadão ou Cidadã Cratense.
Cândida, dona de casa, agricultora, professora e esposa de Manoel, com o qual teve 19 filhos e conseguiram criar, com grande amor e sabedoria, os 13 aqui presentes.
É esta a mulher hoje homenageada.
Agradeço, em meu nome e em nome dos meus irmãos, a esta Casa, que um dia abrigou nossa saudosa Tia Dandinha, ilustre Vereadora, professora e poetisa Bernardina Villar Costa, e que leva o nome do nosso parente, também saudoso e inesquecível Vereador José Valdevino de Brito, pela imensa alegria de ver nossa mãe ser alvo do tão importante título, neste dia em que completa 83 anos de exemplar e produtiva existência.
E para terminar permitam-me recitar os versos que um dia escrevi para definir nossa mãe:
Quem é a mulher?
É a mais singela figura
Deus a fez bela e frágil
Mas com muita formosura
Para que ela fosse ágil
Em continuar sua Criatura
Sendo mãe de homem e mulher
Perpetuar a Humanidade
Com saber, amor e fé
Quer no campo ou na cidade
Com certeza a mulher
Tem grande capacidade
E para ser mais poderosa
Não precisa se esforçar
Pois traz consigo o dom
De a todos sempre amar.
Tarciso Coelho
Crato (CE), 22.11.2007
O Melhor Povo do Mundo
Os Norte-Americanos usam a expressão “do mundo” para colocar no pedestal mais alto certas pessoas ou coisas que pela sua grandeza mereçam lugar de destaque, chegando até ao contraditório de intitular um pequeno de seus municípios como a “maior cidade de pequeno porte do mundo”.
Nós, Brasileiros, não ficamos atrás, pois temos o maior atleta do mundo (Pelé), o maior cestinha do mundo (Oscar), o maior rio permanente do mundo (Amazonas - Amazonas), o maior rio seco do mundo (Jaguaribe – Ceará), o maior São João do mundo (Campina Grande – Paraíba ou Caruaru – Pernambuco, há controvérsias), o maior teatro ao ar livre do mundo (Nova Jerusalém – Pernambuco), o maior carnaval do mundo (Rio – Rio de Janeiro ou Salvador – Bahia, há controvérsias) e tantas outras coisas maiores do mundo.
Ontem, 22.07.2006, fui ao Maracanã do Samba, em Soure (PA), Ilha do Marajó, onde resido, assistir ao Brasilândia – O Calhambeque da Saudade, cuja aparelhagem de som foi alvo recente de destaque no Programa Central da Periferia, apresentado por Regina Casé, na Rede Globo de Televisão. Ali, diante de uma demonstração de grande alegria de todos, fui levado a refletir sobre saudosismo. A maioria das pessoas quando quer se referir a coisas boas do passado costuma ressalvar: “não é por que eu seja saudosista não, mas carnaval bom era no tempo das marchinhas e dos corsos pelas ruas das cidades, festa boa era com orquestra e muita valsa e bolero e outras coisas parecidas”. Embora pareça receio em assumir ter sido feliz, confirma o dito de Nelson Motta de que “a contemporaneidade tira a importância do fato”. Tenho saudade, sim, e muita, de tudo que bom vivi nestes cinqüenta e poucos anos e que, se beneficiado pela bondade de Deus, viveria mais outro meio século. O próprio Calhambeque da Saudade é uma saudade do calhambeque de Roberto Carlos dos anos sessenta, que por sua vez já era uma saudade do antigo calhambeque Ford de bigode dos anos 30. Quem não lembra que na música tem uma buzina bip, bip e outra já de sonoridade moderna? Acredito que era uma forma do Rei viver o novo agarrado no velho.
O Brasil e o Povo Brasileiro parecem ter maior proteção Divina. Nosso território tem sido isento de grandes catástrofes (terremotos, furacões, tempestades, etc.) e nosso povo tem sido feliz vivenciando as boas e simples coisas do dia-a-dia, do jeito que Deus permite. Talvez seja por isso que insistimos em dizer que Deus é Brasileiro.
Portanto, se Deus é Brasileiro, com certeza o Brasil tem O Melhor Povo do Mundo.
(Tarciso Coelho é bancário e poeta).
Soure (PA), 23.07.2006.
João Broa e Cláudia Raia
Gosto de tomar umas
Na hora que estou à toa
E para bater um bom papo
Encontrei pessoa boa
Lá no bar do Papagaio
Tava o amigo João Broa
Do lado de sua pessoa
Só posso me alegrar
Ele conta umas histórias
Que é pra rir não pra chorar
Acredite que ele disse
Que com a Cláudia vai casar
Se é sorte ou se é azar
O casamento não sei
Só sei que o João Broa
Parece até que é rei
Pra querer a Cláudia Raia
Como pode um cabra feio?
Mas digo sem ter receio
E sem medo de errar
Se ganhar na mega sena
Pra mulher ele bancar
Pode até ser que um dia
Venha com a Cláudia casar
Tarciso Coelho, Soure (PA), 18/03/2008
Tonga da Mironga
O Tonga é um Prefeito
Que sabe administrar
Põe o pequeno na escola
E o grande pra trabalhar
E no seu fim-de-semana
Vai pra Mironga criar
Cria galo e cria galinha
Cria touro e cria vaca
Ainda faz o melhor queijo
Que é vendido na praça
E seu rebanho de búfalo
Pertence à melhor raça
Nesta Ilha do Marajó
Soure a mais bela cidade
O povo lhe sufragou
Pela sua capacidade
De fazer governo bom
Pra nossa comunidade
Quando o turista aqui chega
E ver tudo bem arrumado
Pensa logo que este povo
Vem sendo bem governado
Pelo o Tonga da Mironga
Que pelo povo foi aclamado
Carlos Augusto Nunes Gouvêa
É o seu nome batismal
Mas pra governar seu povo
Ele é sempre informal
Pois é simples e sem orgulho
Seja Círio ou Carnaval
Por isso o nosso Tonga
É Tonga no dia-a-dia
Tem o seu trabalho sério
Mas sempre tem alegria
Pra conviver com seu povo
Com muita paz e harmonia.
Soure (PA), 20/10/2006
A Tinta Branca dos Anos
Se pintasse o meu cabelo
e todo meu corpo se renovasse
eu pintaria com muito zelo
cada fio que branco ficasse
mas como só muda a aparência
me nego com veemência
aos outros causar engano
e por Jesus juro não vou
apagar o que Deus me pintou
com a tinta branca dos anos.
Tarciso Coelho, 2006
Cândida, És Mãe!
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
És na terra exemplo de vida e vigor
Esbanjas bondade, carinho e amor
Por Deus criada és a bela escultura
Singela, eleva-se fina e alva figura
Como flor de maior alvura e maior odor
Dando ao jardim o máximo esplendor
E à terra o maior exemplo de criatura
Última indumentária dos viventes
Ao deixares tantos mortais Carentes
Quando um dia te vestirem uma mortalha
Mas se deixas tantos sobreviventes
Ao final dirão todos os presentes
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!
Tarciso Coelho, 30.01.2008.
Frases
A LUZ sempre alumia, a FÉ sempre confia, a PAZ sempre acalma, a ESPERANÇA sempre alcança e o AMOR nunca falha (Tarciso).
Amar é doar-se sem pensar em outra recompensa que não seja só o prazer de amar (Tarciso).
Antes honesto necessitado que rico desonrado (Tarciso).
Até quando a maioria dos sistemas de governo vai continuar sendo uma constante migração do pouco de muitos para muito poucos? (Tarciso).
Capitalismo: Pouco de muitos para muito poucos (Tarciso).
Coragem não é ausência de medo; é sim, presença de valentia mesmo quando o medo tenta nos dominar (Tarciso).
Deus está no Céu, na Terra e em toda parte. Pena que muitos não conseguem vê-lo (Tarciso).
E disse um Errante a outro Errante: - Nada nos ensina mais que a poeira da estrada (Tarciso).
Ética é uma junção de atitude e procedimentos de homens e mulheres que respeitando a si, aos outros e à Natureza tornam o planeta melhor habitável pelos verdadeiros donos mundo, que são nossos filhos, e poderão torná-lo mais justo, ordeiro e pacífico e a Humanidade mais consciente, livre e feliz (Tarciso).
Mudar e viver, morrer jamais (Tarciso).
Na aridez da mentira pode existir grande potencial destruidor (Tarciso).
Nada sabe quem não sabe que sabe (Tarciso).
Não brinque em trabalho, mas trabalhe brincando (Tarciso).
Não ouso acreditar que sei quem sou mas procuro a cada dia aprender um pouco de mim (Tarciso).
Nas coisas feitas com amor, mesmo quando pequenas, é que podemos ousar em querer melhorar o mundo (Tarciso).
O Nordestino, que vive causticado pelo sol tremente, às vezes é surpreendido pela chuva e mergulhado sob as águas (Tarciso).
O que se leva da vida é o que se deixa (Tarciso).
O respeito a si, aos outros e à Natureza é a forma de cidadania de maior singeleza (Tarciso).
O sucesso é a conseqüência natural do trabalho sério, honesto e abnegado (Tarciso).
O sucesso é a realização do querer incontido (Tarciso).
Qualquer filosofia que tenha o ensinamento central de que o homem é filho de Deus; é digna de ser seguida e estudada (Tarciso).
Que no Terceiro Milênio o Mundo seja mais justo, ordeiro e pacífico e a Humanidade mais consciente, livre e feliz (Tarciso).
Reinventar a roda não tente; vá em frente que atrás vem gente (Tarciso).
Ser poeta é ter sempre um jeito bonito de ver as coisas (Tarciso).
Somos todos vendedores. Até quando vendemos apenas nossa própria imagem (Tarciso).
Sonhar é viver; mas enquanto não podemos viver, plenamente, continuemos sonhando (Tarciso).
Todo homem tem seu valor; preço, só os que se vendem (Tarciso).
Trate bem o seu cliente. Pode ser que assim ele acredite que você precisa dele (Tarciso).