Quando criança descobri numa pilha de livros de meu pai um velho livro intitulado “Histórias Extraordinárias” de autoria do célebre escritor americano Edgard Allan Poe. Foi para mim o mesmo que encontrar um tesouro perdido. Não li aquela obra, devorei-a uma, duas, três, sei lá quantas vezes. As poesias eram e são de uma profundidade grandiosa em nossa alma. Poe foi um poeta e escritor marcado pelo sofrimento. Nasceu em Boston em 19.01.1809. Um ano depois seu pai abandonou a família, e em 1811 sua mãe morreu vitimada pela turbeculose. Ficou conhecido em seu tempo, mas o sucesso absoluto só chegou depois de sua morte em 1849. Foi perseguido pelos patrões nos diversos jornais onde trabalhou. Largou os estudos pela metade. Viajou para a Inglaterra e a França. Neste país conheceu o famoso escritor e filósofo Charles Baudelaire. Foi através deste filósofo que o poeta americano ficou conhecido nos EUA e no mundo inteiro. Mas, mesmo assim não levou vantagem em sua popularidade. Entrou a beber e vivia bêbado pelas ruas de Baltimore. Arrumou emprego, mas um dia ao chegar pela manhã encontrou outra pessoa sentada na sua cadeira e usando sua mesa. Houve violenta discussão e o poeta ficou desempregado. Poe acabou por se casar em segredo com sua prima Virgínia de treze anos em 1836. Em 37 mudou-se para Nova Iorque, onde passaria quinze meses aparentemente improdutivos, antes de se mudar para Filadélfia. Toda sua obra só veio a lume com força total no século XX. Hoje é lido em todo o planeta. Os contos intitulado “Os crimes da rua Morgue” ganharam as telas dos cinemas. Foi ele o mestre da arte de escrever contos tenebrosos e quem primeiro converteu em herói o detetive particular. Um dia, talvez o pior da sua vida, adentrou por engano e capengando pelo excesso de álcool numa escola e caiu quase desmaiado. Refazendo-se pouco depois, percebeu a movimentação de muitas crianças no páteo da escola. Havia uma festa. Poe sentado no gramado ficou admirando todo aquele burburinho. Em seguida houve repentino silêncio e o poeta viu uma menina subir num pequeno palanque e ouviu-a declamar uma de suas poesias. O poeta ergueu-se com sacrifício e foi embora cambaleando com lágrimas em seu rosto. Era reconhecido. Depois disso passou muito tempo sem beber. Poe morreu com quarenta anos.
A vida de escritor brasileiro não é esse mar de rosas imaginado pelos leitores, pelas crianças, ou a massa da população mais esclarecida. O escritor humilde neste país tem de carregar pesada cruz para ter a honra de publicar seu livro. É um sonho que se transforma em pesadelo com um final quase sempre infeliz. Um escritor pobre no Brasil de hoje vive os mesmos dramas vividos pelos escritores americanos do século XIX. As editoras brasileiras são em última análise autoritárias, ditadoras. Não dão chance a quem escreve e só bajulam os ricaços: supostos escritores. Numa entrevista no “Roda Viva” Paulo Coelho foi interpelado por um jornalista que lhe perguntou, ao ouvir um argumento do famoso escritor de que as editoras brasileiras são gulosas e pagam mal aos escritores brasileiros.
-Mas, o Sr. ganhou no último ano três milhões de reais?
-Sim. Ganhei – respondeu o escritor – mas a editora ganhou 97 milhões. Elas pagam apenas 3% do preço de capa aos escritores brasileiros e embolsam 97%. – Este foi o grande motivo do famoso escritor brasileiro partir para publicações em países europeus e árabes, onde pagam até 40% do preço de capa dos livros.
Caríssimos leitores, escrevi hoje esta matéria sobre livros e escritores porque depois de dez anos de espinhosos sacrifícios consegui publicar o meu primeiro romance intitulado “A Cebola Não Dá Rosas”, cuja divulgação com foto vocês encontrarão na página de “Variedades” deste jornal de hoje. O livro editado por uma empresa com filiais na Espanha e EUA deu-me melhores condições de publicar este livro. Fiquem à vontade, mas não deixem de comprar este inesquecível romance! Não haverá lançamento deste livro aqui em Jaú. Afinal nunca houve apoio e incentivos da Secretaria de Cultura aos escritores e artistas plásticos pobres desta cidade nos últimos doze anos e não esperamos que o futuro seja diferente. O endereço para aquisição do livro constará em “Variedades”. Agradeço profundamente qualquer manifestação de apreço a este livro. Muito obrigado!
Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista
Jeovahmnunes@hotmail.com
(matéria publicada no jornal "Comércio do Jahu" de 27.janeiro.2009)
ATENÇÃO POR FAVOR!
ACESSE UM DOS ENDEREÇOS ABAIXO E ADQUIRA UMA DAS OBRAS PUBLICADOS POR ESTE AUTOR: JEOVAH DE MOURA NUNES, (poeta, escritor e jornalista) seis livros publicados, num total escrito e escrevendo de 25 (vinte e cinco)
MEMÓRIAS DE UM CAMELÔ (histórias reais das ruas de São Paulo)