O arcebispo de Olinda e Recife dom José Cardoso Sobrinho excomungou na quarta-feira (4) o médico Olímpio Moraes e outros, pela prática do aborto na menina de nove anos, engravidada pelo amásio da mãe.
Além do pessoal médico, também incorreu na sanção, a genitora da menina que era abusada sexualmente, desde os seis anos de idade, pelo padrasto, estando grávida de gêmeos.
Para a eliminação das vidas, existentes e que se desenvolviam no útero da grávida, foram usados medicamentos causadores de contrações violentas, induzindo a expulsão dos fetos.
Depois da exclusão das vidas, a mãe deveria passar por um período de oito a doze horas em jejum, para em seguida submeter-se a um procedimento conhecido como curetagem. Essa prática consiste em raspar as paredes do útero com uma espátula, para que não haja a fixação de embriões.
O ato restritivo da vida foi praticado no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros e precedido da coleta, feita pelos médicos, do assentimento tanto da mãe da menor, quanto dela mesmo.
As razões que levaram à solução final basearam-se na possibilidade de que a grávida não sobrevivesse à gestação e também no fato inconteste de que a gravidez foi o resultado de estupro. Para manter a vida da jovem, duas outras foram excluídas.
Segundo os médicos que praticaram o ato condenável, a menina media 1,36m e pesava 37 quilos, e tanto ela quanto sua mãe vinham sofrendo pressão de diversas entidades, para que concordassem com o aborto.
O advogado da diocese de Olinda e Recife Márcio Miranda requererá ao Ministério Público do Estado de Pernambuco, um pedido de abertura de inquérito para apurar o crime de aborto do qual participaram a mãe da grávida e os médicos.
O padrasto, que abusava sexualmente da menina, está preso em Alagoinha (PE), segundo informações do G1 de São Paulo.