Os vultosos salários e vantagens autoproporcionados que a vida pública brasileira oferece, há muito vem atraindo quadrilhas organizadas disfarçadas em siglas partidárias tendo o objetivo de obter cargos vantajosos e, como meta, o status formidável da estabilidade de um extraordinário padrão de vida.
Por Alberto Nunes - 05/03/2009
Não há ideais, vemos nas coligações a ausência completa de patriotismo, geralmente se unem para apoiar um outro partido com a finalidade de controlar instituições, cargos e de se prover com benesses. Acabou aquela geração de políticos sóbrios, dinâmicos e de energia resplandecente. O que existe é o que lhes diz respeito: dinheiro, muito dinheiro, pompa, automóveis, aviões -- tudo fácil, tudo à mão, é claro, tudo custeado pelo povo que é, a todo o momento, cinicamente ludibriado. Parecem homens rumo à glória, mas a uma glória VÃ porque é maculada, manchada; jamais terão a glória dos grandes homens, pura, luminosa, enquanto aumentarem seus próprios salários e proventos como se donos fossem dos cofres públicos saneados pelo suor da população contribuinte. Equipare-se pelo menos ao salário do presidente que é de R$ 8 mil.
Vemos a miséria campear pelo País, favelas aumentam geometricamente e cidades com 10, 50, 100 ou 200 mil habitantes tendo, em sua maioria, casas sem reboco. No Amapá e outras regiões do País a maioria assina com o polegar, pessoas adultas ainda sem o registro de nascimento, esse povo trabalhador, assim também nos grandes centros urbanos vivem condicionados, sob as garras impiedosas de um salário -- se é que se pode chamar a isto de salário -- que não dá para a semana, enquanto que eles, políticos de vida nababesca, aumentam a bel-prazer, ao arbítrio, os seus próprios salários e vantagens, obrigando aos miseráveis a trabalhar cinco meses ao ano para ganharem, o que eles ganham num único dia!
A discrepância é muito grande e vergonhosa -- corruptos não são punidos e a Justiça adota o sistema "parece-que-puno-mas-não-puno". posterga, adia à exaustão, o processo prescreve, e a Nação envelhece, as novas gerações esquecem os culpados na esteira da poeira dos processos arquivados. Essa é a tática das organizações corruptas incrustadas na vida pública brasileira.
Do caso MENSALÃO as testemunhas serão chamadas a depôr. Estão no exterior, pelo visto vai tudo correr rapidamente como a tartaruga. Os funcionários do Banco Rural de Brasília e a secretária de Marcos Valério que faziam os pagamentos certamente não serão chamados a depôr.
Com raras exceções, o fato é que o Congresso Nacional, a Casa do Povo, tornou-se um antro de pessoas reprováveis. Renan, aquele que pagava a amante com recursos públicos voltou com força. O deputado Edmar que construiu um estupendo castelo com recursos públicos e que livrou os mensaleiros da cassação, continua deputado. O Agaciel que não declarou à Receita Federal sua mansão de 5 milhões em Brasília, renunciou ao cargo, mas continua funcionário do Senado, enfim, milhares de outros casos sepultados pela tratantada e teatralidade trágica, ao povo, dos congressistas nas CPIs abafadas.
Há, no País, duas maneiras na distribuição de renda: aos apaniguados que também são disfarçados sob siglas de ONGs, contemplados em milhões de reais, movem-se à custa do dinheiro do cidadão contribuinte. O MST invade propriedades alimentados pelo dinheiro público, matam pessoas e somente agora o presidente do STF se manifesta dizendo que essas atitudes são ilícitas porque é custeado com dinheiro público e, por outro lado, o ministro da Justiça defende as ações do MST. Quem está com a razão de Justiça? Ao que parece o povo brasileiro está num mato sem cachorro: qual foi o resultado da CPI das ONGs?
Portanto, a outra distribuição da rica renda existe, mas pertence aos apaniguados, cabendo aos congressistas o bolo maior, enquanto para o povo é minguante, desoladora e triste. É triste e revoltante porque se o povo tivesse uma renda adequada e digna haveria circulação de riquezas, de mercadorias, teríamos o incremento da produção e o desenvolvimento do País, porque o povo consome e, consumindo move a máquina em todos os setores, mas o mísero salário não permite que isto aconteça e a Nação perde precioso tempo porque um pequeno grupo que ganha um absurdo, que não movimenta seus recursos por estarem aplicados somando-se juros, enriquecendo-se cada vez mais com a parcela maior dos recursos degradantes -- impede que a maioria se desenvolva.
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