Usina de Letras
Usina de Letras
25 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62728 )
Cartas ( 21341)
Contos (13287)
Cordel (10462)
Crônicas (22560)
Discursos (3245)
Ensaios - (10528)
Erótico (13585)
Frases (51114)
Humor (20109)
Infantil (5536)
Infanto Juvenil (4861)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141049)
Redação (3337)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1964)
Textos Religiosos/Sermões (6290)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Quem é Educado -- 19/03/2009 - 21:00 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUEM É EDUCADO?



Marceino Rodriguez



A maioria otimista das pessoas pensam que são educadas, principalmente se possuirem uma escolaridade acima da mediana, o que no Brasil

não quer dizer muita coisa. Observando e lidando com os brasileiros (a maioria) a gente repara verdadeiros buracos negros na personalidade.

Falta de palavra, egoísmo, caprichos infantis em assuntos de relevância (basta ver os hospitais e orgãos públicos e privados ), indiferença com a miséria e

seus semelhantes, o que faz com que se viva nesse país numa verdadeira corda bamba, uma vez que sem propaganda na televisão a solidariedade

é nula. Sim, quem é egoísta não é educado, porque é burro. Se pode viver sem relações? Estamos ilhados? Viemos ao mundo apenas para consumir

os elementos da natureza e os semelhantes? E pra vida, o que daremos? As mentiras e o espírito mesquinho? Verdadeiramente educado é quem

ama e valoriza a vida. Claro que pra isso é preciso trabalhar o ego animal e isso é feito na educação de base. Existe um ponto de exceLeñcia

na educação que é a gradual espiritualização e aculturamento da pessoa, mas os brasileiros ainda sofrerão ainda dezenas ou centenas de anos

até aprender o valor do estudo e da disciplina e do respeito com as coisas alheias. Até lá descompasso, desperdício e teremos que sempre estar

com pé atrás com profissionais desse país. È triste, mas é verdade. Nenhum irresponsável ou perverso com a vida é educado. E de uma classe universitária

que não lê três livros por ano não se pode esperar muita coisa. Só há um jeito radical. Ter com a burrice o mesmo desprezo

que ela tem com a inteligência. Mesmo que seja apenas pra tentar sobreviver enquanto se esmurra a faca todo dia.

O saudoso e polêmico Clodovil perguntou certa vez no congresso porque tanto barulho na hora dele falar. Muito simples. No Brasil, em geral,

lidamos com egos, não com indíviduos. Esse é o preço macabro que se paga pela indiferença com a educação de base.

Com oito anos eu já estava quase falando falando frances, talvez por isso não consiga jogar papel na rua com facilidade.

Agora o meu Português é grego. E os hospitais, hein? E os cartórios? E o povo que não se respeita e nem sabe medir as coisas mais simples?

Eu fui relativamente salvo pelos livros. È a primeira coisa que reparo numa casa. Ñão se pode esperar muito de um povo que não lê. Finalizando,

educado é quem vê a vida no seu limite e no ilimitado e dá valor as coisas e pessoas.



A AGENDA PÚBLICA DAS TELEVISÕES E A EDUCAÇÃO DAS MASSAS



Marcelino Rodriguez





No início do excelente filme de Bruno Barreto," 174, a Última Parada", uma das personagens, negra, drogada e pobre da favela, cheirando e amamentando o filho, assiste uma cena da novela Paraíso, aliás uma das útimas boas que a emissora Globo já transmitiu. De vinte e poucos anos para cá, abstenho-me de fazer comentários das novelas atuais, pois a qualidade caiu bastante. Eu já percebi e comentei em um artigo ainda não publicado, que o verdadeiro preconceito do Brasil é contra os intelectuais e contra a cultura.A maioria dos donos do poder e das comunicações do Brasil detestam cultura. Basta se ligar a televisão e veremos que a programação de noventa e cinco por cento das emissoras é feita para debéis mentais e todas elas seguem quase praticamente a mesma cartilha. O Brasil tem preconceito contra intelectuais. Ninguém fala disso. Por quê? Enquanto nos outros países mais desenvolvidos a cultura, o mérito, o talento e a inteligência são recompensados, aqui pra se mostrar algo de qualidade é um épico, uma vez que as emissoras oferecem ao povo lixo puro e depois não sabem porque a educação é catastrófica e a população fica sem capacidade de crítica, abstração ou julgamento estético. Ora, a Televisão é o livro do povo e a grande agenda pública da educação. Quem ainda não sacou isso, que é pela comunicação e artes de massas que se mudará a educação do país, não sabe do que está falando. A única coisa que os cidadãos tem em comum hoje são as Teves, já que a vida social é restrita ás nossas casas pela violência e o abismo de classes, do qual fala o filme trágico e real de Bruno Barreto. Quando me refiro a classes aqui, não estou usando nenhuma terminologia de esquerda ou direita, até porque não acredito nem em esquerda (já foi tempo) nem em direita, acredito em inteligência e cultura. Acredito que é através do bom senso e do belo (sempre foi) que a humanidade, ainda que lentamente, progride. Mas o que estou querendo abordar é que a falta de qualidade da educação do povo está ligada diretamente a baixíssima qualidade da televisão brasileira nesse momento. Não é por falta de talentos. Mas de oportunidade aos talentos. Se pode, através da televisão, se passar literatura, artes, boa música, conceitos. Se pode ,através da televisão, se trabalhar cinema, poesia e cidadania. Se pode e se deve. Será feito? Acho que deve ser feito, pois quem viu o filme de Bruno Barreto, um dos melhores do cinema nacional a meu ver e que deveria passar nas escolas secundárias, pois consegue fazer com que enxerguemos a realidade do outro lado dos que vivem as margens do Estado e da lei; aqueles que a maioria da sociedade, indiferentes, acham incômodos, mal-cheirosos, inoportunos, violentos. O filme mostra a violência a que estão expostos não apenas aos de sua própria condição social quanto por uma sociedade que prefere gastar com presídios, grades e cameras de segurança do que com educação e solidariedade. Tudo isso por conta de uma código social de comunicação (As Teves) onde existe uma irresponsabilidade intelectual e moral que beira à insanidade. As redes de televisão aberta são responsáveis por grande parte da burrice ululante da juventude atual e das massas. Outro dia eu conversava com uma menina sobre o baixo índice de leitura do país e ela disse que o brasileiro não gosta de ler. Eu disse a ela que ler não é uma questão de gostar ou não gostar. Ler é como escovar os dentes, necessário. Não nem que gostar, tem que fazer. O brasileiro ainda não sabe escovar os dentes da cultura. Por isso o país anda cheirando mal. Burrice fede. E no Brasil a burrice é incentivada. Basta ver que os personagens das novelas nunca possuem livros em casa nem entram em bibliotecas. Estão o tempo todo pensando em "sexo e destruição", porque o erotismo e a compaixão são prerrogativas de um tipo de gente difícil de se gerar por aqui com o sistema de informação e comunicação atual. Tenho vontade de ajudar as televisões a melhorarem seus conteúdos, ponho-me mesmo a disposição das mesmas. Tenho algumas idéias boas, embora eu saiba que o caso não é falta de talento, mas oportunidades aos mesmos. Digo e repito: as pessoas inteligentes e cultas estão sendo lesadas e discriminadas no país. Uma passeata seria até bem vinda . O caso é que se não se repensar a televisão (que ainda deve predominar por largo tempo como agenda popular de cultura e entreternimento , pois trabalha com vídeo, necessário a qualquer tipo de mídia) teremos sempre aquela metáfora inicial do filme 174: a personagem vê a novela "O Paraíso" enquanto amamenta o filho. Mas ela está drogada e logo virão tomar seu filho do colo e expulsá-la da favela. A televisão atual é mero e pobre entreternimento; digamos 95 por cento são programas de entreternimento vazios, esportes e notícias repetitivas. Cinco por cento, se muito, fica com cultura. Por isso o filme violento, realista e dramático do "174, A Ùltima Parada" com seus signos e subsignos é uma

Metáfora perfeita do Brasil. A personagem vê a novela Paraíso, mas é no inferno que ela vive.



--

Trecho do livro Educação para Brasileiros



Direitos Reservados



Marcelino Rodriguez - escritor hispano-brasileiro, autor de "Bom Dia, Espanha!"





Responder Encaminharlivrariaonline11 não está disponível para bate-papo
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui