Lendo o artigo intitulado “Concursos públicos honestos” do Dr. João Baptista Herkenhoff, livre docente da UFES e escritor, publicado na sexta, dia 10 de abril aqui no Comércio, senti meus próprios anseios serem confirmados por uma pessoa de nível elevado, quando aqui em Jaú bato nesta tecla há décadas. Sabemos que não é somente em Jaú. O país inteiro tem o cheiro da corrupção. Onde quer que estejamos percebe-se os sinais visíveis do assédio dos ladrões dos cofres públicos, através de suas maracutaias, permitidas até pelos altos escalões da Justiça, como por exemplo: os empregos públicos desonestos por não serem concursados. O STJ faz vistas grossas ao nepotismo, embora já o tenha proibido. As prefeituras não são fiscalizadas pelos órgãos com poderes maiores para isto e tudo vai ficando do jeito que sempre foi: a proteção de afilhados políticos e parentes numa grandiosa e deslavada forma de corrupção, como se o poder público fosse propriedade particular do eleito. Herkenhoff coloca com especialidade seis vantagens dos concursos públicos. Mas, imagino serem letras mortas num Brasil tendente à enorme política da criminalidade e abençoado pela impunidade. Fica assim os que se esforçaram, perdendo noites de sono para mergulharem numa apostila e serem falsamente reprovados, cedendo lugar a um “queridinho” do prefeito, numa eterna injustiça e sem a quem recorrer porque se trata de coisas republicanas brasileiras recheadas pela devassidão.
Nós conseguimos transformar a extraordinária revolução francesa em busca da república, num feio arremedo, numa vulgarização republicana, num ordinário conceito de democracia falsa e adulterada. Não dá para acreditar que o nosso país tenha um brilhante futuro. Acredito que para conquistar a verdadeira democracia republicana vamos precisar de uma grande revolução em todo o país e muito sangue derramado. Nesta futura República democrática os “capachos” não poderão encostar desavergonhadamente em seus padrinhos políticos e lá ficarem como as lesmas, recebendo o dinheiro público pago pelo povo sacrificadamente, posto que na verdadeira República existe a pena de morte e a perpétua e não esse falso conceito cristão-republicano existente no Brasil, onde o crime é compensador porque não há punição adequada.
Aqui em Jaú não é diferente do resto do país. O poder municipal já é carcomido pelo nepotismo e pelos empregos dos “chegadinhos” amigos do rei. É dificil encontrar alguém que não tenha conseguido uma “boquinha” no governo do atual burgomestre, claro que sem relacionar os cargos de confiança. Ganha quem usufrui os empregos públicos fáceis, desonestos, prostituídos, sem concurso público e nós, os “otários”, temos de pagar o salário dessa gente toda. Os “queridinhos e as queridinhas” do prefeito representam uma despesa a mais para o bolso do contribuinte, que somos nós, sem sabermos quem é quem lá dentro da Prefeitura. Diante dessas providências do atual prefeito, fica atestado, que não temos um governante à altura das perspectivas de todos nós, quando uma das maiores revoltas do eleitorado fora justamente esse quesito, praticado obstinadamente pela “Coisa”. Jaú não merece mais quatro, ou oito anos de mentiras, mas parece que a mentira já faz parte do dia a dia deste governo.
No mesmo jornal de 10 de abril está inserido um artigo do vereador Carlos Ramos, o qual relaciona também, com muita propriedade, os empregos públicos desonestos entre outras ações e omissões do atual prefeito, num total de sete ou oito, os quais não relaciono aqui em respeito a este espaço, que o Comércio do Jahu nos cede. Além de ter mantido os cargos em comissão do desgoverno anterior, o atual prefeito criou dezenas de outros mais, para os profissionais da bajulice de plantão.
Bom, como pode o leitor observar não estamos sozinhos nestas críticas. O escritor Herkenhoff, tanto quanto o vereador Ramos têm a nossa opinião. Porém, será o futuro quem nos dará plena razão, assim como ocorreu em relação à “Coisa”, quando no segundo mandato já estava totalmente desacreditado pelo eleitor comum e lembro-me de o ter também alertado neste espaço várias vezes. Todos nós esperamos – inutilmente – mais seriedade no ato de governar desses prefeitos interioranos. Os das capitais também cometem seu terríveis “deslizes”, mas lá tem uma mídia escrita, falada e televisiva capaz de descer o pau e a lenha no presidente da República, no governador e no prefeito quando agem com a caricatura vulgar dos larapianos.
Aqui vivemos numa mentirosa maciota com os empregos públicos desonestos pagos por nós, o gado vacum sem cidadania. Dá a impressão que o governo da “Coisa” ainda não terminou. Continua com sua sombra projetada sobre este novo governo. Jaú não merece mais quatro, ou oito anos de tantas e tantas injustiças dos políticos: cruel fotografia de nosso falso e podre sistema republicano injusto.
Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista
jeovahmnunes@hotmail.com
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