Embora não seja reconhecido pela maioria da população, cujo interesse é basicamente a sobrevivência do dia a dia, nós já estamos praticamente no meio de uma guerra. É uma guerra diferente, igualando-se apenas ao número de mortos, ocorrência normal em todas as guerras. Um fato noticioso sangrento aqui, outro ali, roubos, assaltos, a droga correndo solta em todos os rincões, mães perdem filhos, mulheres perdem maridos, pais perdem filhos e filhas, ou assassinadas violentamente, ou estupradas, pedofilia por toda parte, salário mínimo infernal e os brasileiros ainda imaginam ser este o país da prosperidade e da paz, apenas porque um presidente carismático, de discurso fácil e repleto de enganações para um povo em situação de extrema miséria. Mas, há também as enganações dos tucanos e outros partidos políticos, cujo desespero para atingirem a presidência é flagrante. O impasse entre as vedetes: Serra e Aécio vai de mal a pior. Serra foi um péssimo governador. Pouco fez pelos professores e pelos policiais não dando a estas duas importantes classes de trabalhadores o devido respeito através de aumentos salariais adequados.
O Comércio de 10.05.2009 registrou em seu Editorial “Brasileiros acuados” quase 100 mil furtos e roubos ocorridos apenas no interior paulista nos primeiros três meses deste ano, que somados aos da capital chegam a 200 mil. Isto já não é uma estimativa de um país pacífico. É estimativa de uma guerra, aumentando a cada dia, mês e ano. Assaltos com armas vão ganhando terreno e neste caso, os números de vítimas assassinadas aumentam escandalosamente. Pessoas inocentes são mortas de acordo com a lei dos bandidos, que têm o poder de decretar a “pena de morte”. Enquanto isso, os nossos deputados estaduais e federais juntamente com os senadores cantam suas falenas e muitos deles metem a mão no dinheiro público, além de não produzirem leis penais sérias e duras porque “eles” também seriam enquadrados nestas leis. A impressão que fica é a de que os políticos estão coniventes com a bandidagem, dando a estes a necessária proteção penal. O desarmamento civil foi um ramalhete de rosas entregue aos bandidos. Não podemos portar armas, ou até podemos quando somos ricos e amigos da “reizada”. Sendo pobres estamos igualzinho aos judeus dos tempos nazistas. Somos imolados sem piedade pelos “queridinhos” que as classes políticas tanto adoram, já que não fazem “adequadas” leis para a verdadeira punição deles. Talvez seja por isto que a parentela de políticos não são mortos. É uma troca: “não fazemos leis duras, mas vocês não assaltarão, nem matarão nossos familiares. Matem o gado e deixem tudo com a gente”. É o que podemos deduzir diante de tamanha coincidência e roubalheira deles, os políticos, sempre nas manchetes dos jornais na qualidade de ladrões, sutilmente chamados de “corruptos”. Claro que respeitando aqui os poucos honestos que certamente existirão. Não se sabe quem é pior: o político ou o bandido assumido.
Atualmente matar está na cartilha do bandido. Ele não mata em legítima defesa, mata apenas por prazer. Sente um imenso prazer ao contar para seus amigos que “deu um tiro na cara da moça em pleno assalto”. Se um bandido desse for preso será bem tratado, quando muitos de nós queremos que ele se dane, e que o inferno para ele comece aqui mesmo na Terra. Mas, a prisão do bandido brasileiro é outro paraíso onde ele irá se preparar na organização de novos assaltos. Não faz muito tempo assisti pelo canal “Nat-geo” um preso norte-americano morrendo de fome na prisão. Era um assassino terrível e os policiais se recusaram a dar-lhe alimentação, talvez porque não tenha sido condenado à morte como é de praxe nos EUA aos criminosos assassinos. O preso demorou muito para morrer e foi nesta ocasião que ele se lembrou da mamãezinha. Um brasileiro nos EUA estuprou a filha várias vezes e acabou condenado à 109 anos de prisão imediata. Se fosse aqui no Brasil ele faria uma grande festa após o enunciado da justiça, o que dá a entender ser este um dos países onde impera a lei da bandidagem com o aval dos políticos através das leis brasileiras fajutas. O crime no Brasil teve início e crescimento aos poucos. Até então era considerado apenas como algo vulgar, sem muitas consequências, sendo chamado os bandidos miseráveis de “ladrões de galinha”. Muitos morriam pelos espancamentos policiais “semi-legalizados” na época. Hoje nem mesmo ladrões de galinhas têm ética. Vão à luta para roubar e matar se necessário for em razão principalmente do casamento do crime com as drogas e o uso indiscriminado desses ingredientes, os quais dão muita coragem ao indivíduo em praticar o crime. Isto quem me disse foi um ladrão no Bráz, na época em que trabalhei na camelagem no Largo da Concórdia:
-“Quando se está maconhado” – disse ele – “a gente pula um muro de até três metros de altura em poucos segundos e não sabe como fez aquilo”. Dias depois ele foi assassinado por outro larápio ali mesmo no Largo da Concórdia. Tiroteios diários já eram comuns em 1988 quando resolvi cair fora da capital paulista. É assim o nosso país.
Atualmente a matança de crianças inocentes é de um barbarismo chocante. Depois dos estupros os pedófilos matam e esquartejam. Tudo isto sob influência das drogas. Os políticos não percebem que o discurso deles deveria ser outro. Isto porque as leis continuarão sendo para os anjos e arcanjos brasileiros com grande especialização em matarem idosos, mulheres e crianças covardemente.
Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista
Jeovahmnunes@hotmail.com
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