Vi flores gritando por mim, morrendo pelo caminho e as deixei para trás.
Naquele momento não pude ajudá-las porque já estavam agonizantes e a morte batia em suas portas.
Fiquei muito triste com isso e, naquele momento eu lutava também para não morrer.
Mas infelizmente o mundo era ou é assim: as mudanças ocorrem para uns morrerem e outros viverem...
E como caminhar com dores que me atormentam sem dar tréguas, sangrando-me diariamente numa perseguição sem fim, tirando minhas noites de sono, deixando-me sem paz?
Vem à marcha, a luta, e novamente sangues são "derramados". Essa luta não cessará enquanto meus olhos estiverem abertos e as desigualdades que me inquietam, me fizerem inquieto e relutante numa suspensão temporária de incômodos sem fins de choros e de lutas incessantes que sei que jamais terão fim...
Vim com a missão de lutar; assim como as demais pessoas que me rodeiam; falo por quem não podem falar; grito por quem não podem gritar seus desabafos engasgados nas gargantas secas de mordaças e de caminhos cheios sem saídas, mas que a frente às saídas lhes parecem tenebrosas, e o medo que atravessam suas mentes e cortam seus corações, seus sonhos, deixam para trás dias felizes.
Vem a segurança, o anseio, a dúvida de ser feliz e de não ser; vem o céu e o inferno, aproxima a guerra e a paz...
Monto estratégias, quebra cabeças; avanço dentro do campo do inimigo; piso em campos minados; busco a saída; luto para vencer, e nunca penso em perder; porque luto para me manter vivo e querer um mundo melhor.
A guerra sempre estará em nossa frente, a paz aparecerá sempre como um por do sol, depois de um dia agitado, de luta, de sangues derramados e de transformações.