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Artigos-->Velhos Montes -- 24/09/2009 - 14:27 (Lita Moniz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Velhos Montes



Velhos Montes, velhas fontes a acompanhar nossa forma de estar.

E os velhos castelos a nos olhar, o que podiam fazer além de esperar que aprendêssemos a voar, que parássemos de esperar que alguém nos viesse

ajudar.

Devem estar muito contentes:da janela da lembrança vêem-nos agora passar, crianças e jovens de outrora são agora os protagonistas da

mudança.

Mudaram a paisagem, deram-lhe ares de nobreza. A natureza agradece:

as flores ganharam novas cores, a agricultura do lugar novos sabores, o pó da terra continua a dizer que é bom, que tudo se ali dá, é só saber plantar e tratar.

A gastronomia barrosã é um atestado vivo da qualidade de vida que ali se desfruta. A feira do fumeiro, uma atração turística, uma oportunidade para os portugueses de outras localidades e até espanhóis, visitarem o lugar e saborearem as delícias que a região tem para oferecer..

E no inverno quando a neve chegar a natureza cobre de branco todo o lugar,

como a dizer aos emigrantes: trabalhai descansados, deixai vossas casas aos

meus cuidados. Se alguém se atrever a entrar, pegadas na neve hão de deixar,

os vizinhos alertar e depressa há de chegar alguém responsável pela segurança

do lugar.

A Região de Barroso é assim: um lugar seguro, um lindo jardim.

Às vésperas de eleições em Portugal ouvia muitas reclamações. No poema “Portugal”procurei sintetizar num verso tudo que vi. “ As falhas que vi são migalhas das falhas que há por aqui”.

Foi isso mesmo que senti: os problemas de que tratavam me pareciam tão pequenos,

até fáceis de resolver se comparados com o que há pelo resto do mundo, principalmente nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos.

Portugal tem muito mais para comemorar do que para lamentar.

Se há desvios de capital são mesmo insignificantes diante dos mega desvios que infelizmente ocorrem em tantos outros países do mundo.

É este capital, desviado ou mal aplicado, responsável, em grande parte, pela pobreza, pela miséria, em que vive a maioria da população dessas nações.

Nas águas da pobreza cresce a violência, aumenta a marginalidade, a exclusão.

Como incluir este cidadão no mundo civilizado se tudo lhe é tirado! Se não se criam condições mínimas de sociabilidade.

A educação é apontada como tábua de salvação, mas sozinha o que pode fazer?

Estes países precisam mudar tudo, todos os parâmetros sociais, políticos econômicos etc. Uns mais, outros menos, estão corrompidos pelo contágio com as políticas vigentes.

Resta-nos a esperança de sabermos que se outras regiões como a de Barroso, e outros países como Portugal entraram num caminho seguro rumo ao progresso e à civilização dos povos. Os outros, podem também deixar para trás a pobreza, a fome, o medo de tudo.





Lita Moniz

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