NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Padre João Modesti



Quando na primeira guerra mundial o general alemão Hindemburg venceu os russos atirando-os num pântano, a nação inteira vibrou. Construíram uma sua estátua de madeira e todos faziam questão de lhe pregar pregos, tachinhas de ouro como agradecimento pelo perigo de que livrara o povo alemão. Se esse grande homem mereceu tão grande homenagem, porque será que o maior HOMEM, aquele que o filósofo Diógenes procurava com sua lanterna, o homem digno deste nome, não recebe nem a mínima parte das homenagens que o general alemão recebeu por um ato heróico sim, mas para poucos e por pouco tempo?



Cristo é a pessoa mais amada e mais odiada ou desprezada do mundo. No entanto foi o maior benfeitor da humanidade e não de um só povo. Deu-lhe uma nova doutrina que se fosse seguida e praticada pelos homens transformaria este mundo num pedaço de paraíso.



Dizia bem um pensador francês, orador em Notre Dame: Essa atitude da humanidade para o seu maior benfeitor provém de três causas.



A primeira por ignorância. Desconhece-se total ou parcialmente sua doutrina. Escuta de oitiva alguma asneira de qualquer ignorante dando uma explicação odiosa da doutrina do Nazareno.



A segunda causa é a soberba. Muitos, porque não estudam profundamente seus ensinamentos, não os compreendem. E não aceitam, na sua soberba e ignorância o que não compreendem. Muitas coisas da natureza deveriam deixar de serem aceitas por ainda os sábios não descobriram o seu mecanismo e sua essência.



Em terceiro lugar – é a maioria – se aceitassem a doutrina de Cristo deveriam mudar de vida. Deixar certos vícios, certas maneiras de viver. Isso custa e pede renúncias e sacrifícios. Ele não é capaz. Logo nega o pobre do Cristo que ensinara a doutrina para que a criatura humana alcançasse a verdadeira felicidade, em parte nesta vida e totalmente na outra.



Alguns pensam que com alguns atos externos já estão dando o agradecimento ao Cristo por tudo que fez pela humanidade. Mas o Cristo é exigente. Ele quer um seguidor total, que aceita todos os seus Sim, quando eu quisera um Não e não aceita um amor parcial, mas quer um total. Isto custa. Por isso que o cristianismo tem poucos seguidores dignos deste nome (e não de estatística) como foram poucos os alemães que ergueram o monumento coberto de ouro ao seu herói. Que nós ergamos um monumento, não de ouro, mas de fidelidade aos ensinamentos em nossos corações. De Hindemburg uns fios amarelecidos nos lembram o seu heroísmo. Mas de Cristo nunca ninguém, se for fiel, o esquecerá no monumento erguido em seu coração.





Padre João Modesti (1919-2005), Sacerdote Salesiano, professor de Física, Química e Matemática; Psicólogo doutorado pela Universidade Salesiana de Roma; autor com variada produção literária para cursos secundários e superior, de índole filosófica-religiosa.





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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”



LUIZ ROBERTO TURATTI.