O ESTUDO

Padre João Modesti



Os antigos “Timeo hominem unius libri” (Temo o homem de um livro só). Isso era para demonstrar a superioridade de quem estudou em relação ao que não quis ou não pôde fazê-lo. Porém que não seja qualquer livreco, cheio de erotismo.



Os horizontes do mundo se ampliaram e com ele o leque dos conhecimentos. Quanto mais se estuda, melhor se compreendem as coisas e se sente maior alegria.



O homem se torna mais imagem de Deus.



Porém para se fazer um estudo sério, estudo esse que amanhã irá prestar serviços à humanidade é preciso constância, inteligência e vontade de conseguir seu “desideratum”. É impossível misturar prazer, diversões com uma vida de estudos sérios.



Quantos estudantes se preparam seriamente para os vestibulares, deixando de lado um justo lazer, ocupando todo seu tempo debruçado sobre os livros. Resultado: aprovado em várias faculdades.



E isso porque sabia e não chutou as questões, desde que estamos na geração das cruzinhas.



Outros, ao contrário, passam o tempo dos cursinhos (preciso fazê-los porque estudara pouco ou nada durante o curso regular) passam o tempo na farra e só têm a esperança na probabilidade de acertar as questões e como conseqüência ficam marcando passo nos vestibulares, anos a fio.



Quantos profissionais brilham na carreira escolhida porque estão em dia, por meio do estudo, com o progresso da sua especialidade. Outros, ao contrário, saindo da Faculdade onde se formaram, não abrem mais um livro ou uma revista científica da sua especialidade. E com isso todos sofrem: ele seus clientes.



Os antigos diziam desses fulanos: “finis studiorum, finis librorum” (fim dos estudos, fim dos livros). Por isso temos tantos profissionais, e em todos os campos, bem medíocres.



Como para um agricultor é dura a semeadura, mas é alegre a colheita, assim é o estudo.



Custa do início, mas os frutos são ótimos e produzem uma alegria que não tem palavras para mostrar a satisfação.



Quantos estudantes incoerentes: querem vencer na vida, mas não querem se impor aos sacrifícios que a vitória pede.



Quem compreende a mentalidade do homem, esse ser tão desconhecido; nos refolhos do seu interior?





Padre João Modesti (1919-2005), Sacerdote Salesiano, professor de Física, Química e Matemática; Psicólogo doutorado pela Universidade Salesiana de Roma; autor com variada produção literária para cursos secundários e superior, de índole filosófica-religiosa.





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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”



LUIZ ROBERTO TURATTI.