O haicai é um poema japonês que tem três versos sem rima obrigatória, e que soma 17 sílabas poéticas organizadas em 5, 7, 5. O haicai é também uma “fotografia”, porque ele, com seu texto conciso e “enxuto”, como faz a fotografia, paralisa um momento, uma imagem e guarda essa imagem para ser lembrada. Mas o haicai tem uma vantagem sobre a fotografia, ele pode “fotografar” também um som, um perfume, um pensamento, uma lembrança, um sonho.
A receita para fazer um haicai é observar; olhar com os olhos da alma para um encanto da natureza, como são as árvores, as flores, os jardins que temos aqui mesmo à nossa volta; ou olhar para outros encantos da natureza que são os sorrisos, os olhares alegres de crianças como as crianças que vemos na rua, indo ou voltando da escola. E você pode olhar também a cidade, a sua casa, as pessoas que você ama; olhar para dentro de você mesmo. Então, quando a sensibilidade estiver nos seus olhos, fotografe. Grave com palavras cheias de significado e encanto esse momento mágico e eterno que você captou. Pronto! Você fez um haicai.
Parece complicado? Pois a 6a. Série entendeu bem a magia do haicai e conseguiu tirar “fotografias” tão bonitas como essa que a Liana Teixeira tirou:
No gramado verde
No céu cinza, lá no alto
A antena nos liga.
Agora, para “revelar” essa fotografia que é o haicai não existe um laboratório fotográfico Kodak ou Fugi. O laboratório é bem mais complexo e eficiente, ele revela e guarda essa fotografia, não sem antes colocar nela suas próprias cores. A cada revelação a fotografia fica mais bonita, fica outra, fica mais nova. O laboratório é você, a sua cabeça, a sua sensibilidade. Você revelou a fotografia da Liana?