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Artigos-->VIAGEM À ESPANHA (parte sete) -- 17/11/2009 - 17:50 (Divina de Jesus Scarpim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Com a vinda do Daniel, começamos a refazer nos fins de semana vários dos passeios que já tínhamos feito sem ele. Voltamos ao Monte Santa Tecla, voltamos a Baiona e voltamos a Lugo. Mas a nossa volta que merece mais destaque foi a que fizemos a Santiago de Compostela. Aconteceu lá uma coisa muito curiosa: Estávamos interessados em entrar na catedral para ver e mostrar ao nosso filho a enormidade daquela igreja por dentro, que, aliás, por fora é tão grande que o Nêgo precisou deitar-se no chão para conseguir pegar toda ela em uma foto. O problema de entrar na igreja era o tamanho da fila, uma enormidade. Como não somos pessoas religiosas nem pacientes, desistimos e resolvemos dar uma volta para ver a igreja pelas laterais e por trás. Eis que, numa lateral, em uma rua semi-deserta, vimos uma porta aberta e fizemos como, no dizer de minha mãe, fazem os cachorros: a porta está aberta, eles entram; nós entramos e, sem quê nem mais estávamos dentro da igreja onde todos tiveram que enfrentar aquela fila gigantesca para chegar. Andamos, vimos a estátua do santo pela frente e pelas costas, fotografamos tudo que deu vontade e saímos tranquilamente, foi uma sensação bem agradável.



Depois, andando pelas ruas e vendo as lojas de souvenir, tivemos a surpresa de ver que o Daniel adorou a cruz de Santiago por um motivo que talvez não agradasse muito os fiéis do santo: Ele disse que a cruz era “Maior legal” porque “Parece de vampiro”. Na época ele andava brincando muito com RPG e jogava jogos de vampiros. Entre outras coisas que viu na Europa, meu filho adorou o fato de poder andar pelas ruas com um “Over Coat”, ou seja, um sobretudo preto, sem que todo mundo ficasse encarando como se ele fosse um bicho de outro planeta; lá, principalmente no inverno – e estávamos em dezembro – muitas pessoas usam os pesados sobretudos que meu filho adorava usar e que pareciam fazer dele um “ente do mal” aqui nos trópicos.



No final das contas, por causa da cruz que “parece de vampiro” acabei indo a Santiago de Compostela ainda uma terceira vez antes de voltar para o Brasil, agora de trem e sozinha, porque meu filho pediu que eu levasse para ele algumas das cruzes e embora tivesse muitas lojas de souvenir em Vigo, não encontrei a cruz em nenhuma delas. Quando fui sozinha fiz uma caminhada de uns quatro quilômetros para fora da cidade até achar um Mc. Donald’s para almoçar. Não quis comer lá na cidade porque, como já contei antes, Santiago é um lugar onde se paga muito caro para comer.



Outro lugar onde voltamos, e voltamos ainda mais vezes foi a cidade de Valença do Minho que fica em Portugal do outro lado da divisa com a Espanha. Valença é uma cidade pequena onde a atração maior - ou uma das maiores - são as lojas que vendem roupas de cama, mesa e banho, é uma “Ibitinga de Portugal”. Só que eu sou a pior doméstica que existe e não tenho nenhum interesse por “trapos de enfeitar casa”, então mal reparava nessas lojas, o que agradou muito meus dois homens que, como é comum nos machos da espécie, também não percebem muito a diferença entre um lençol bordado importado e um simplezinho comprado nas Lojas Americanas. O que gostamos mesmo em Valença do Minho - além do restaurante do “Arlindo a seu dispor” com aquela simpatia e aquela delícia de bacalhau - foram as muralhas, as ruínas das antigas termas romanas e a pedra que tem no meio da praça com escritos em latim onde alguém está “puxando o saco” do imperador do momento: Cláudio. A maioria das pessoas nem repara na pedra, mas meu maridão é fanático por história e ficou fascinado, eu não tenho tanto conhecimento quanto ele, mas gosto muito de ver coisas antigas e de “trombar” com marcos históricos. Resultado: Ver aquela pedra valeu muito mais para a gente do que ter comprado o mais lindo lençol bordado. Falar nisso estive lá várias vezes e não comprei sequer um pano de prato.



A gente brincava também com o detalhe de que, de Valença do Minho, dá pra ver a Igreja da cidade de Tuí, que fica do outro lado do rio Minho, já na Espanha. Tem histórias de sérias brigas entre as duas cidades, mas elas ficam tão pertinho uma da outra que a gente dizia que parte da briga era do povo de Tuí mostrando a língua para o povo de Valença e o povo de Valença fazendo “banana” para o povo de Tuí. Seria bom se tivesse, de verdade, sido só assim mesmo...



Era bom ir a Valença do Minho nos domingos comuns simplesmente para almoçar. Como há uma diferença de uma hora entre Espanha e Portugal, quando a gente acordava tarde e sabia que só sentiria fome quando já fosse muito tarde para almoçar em Vigo porque a maioria do povo já estaria fazendo a siesta, pegávamos a estrada e em menos de uma hora estávamos em Valença. Chegávamos bem na hora do almoço.

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