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Artigos-->A VIDA BEM EXPLICADA -- 17/11/2009 - 10:52 (Divina de Jesus Scarpim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No princípio não existia nada, e com nada queremos dizer nada mesmo, total zero, total ausência. Não existia o tempo, não existia a forma, não existia a física e nem as leis da física, não existia natureza, não existia lei da gravidade, não existia matéria. Só existia deus. E aí vem o primeiro problema: os crentes não aceitam a explicação científica para a existência do mundo e argumentam que para isso seria preciso aceitar que algo tão complexo como a natureza e tudo o que vemos à nossa volta teria surgido do nada, e afirmam sorrindo "bondosamente" como se chamassem os cientistas de burros que isso é totalmente inaceitável; usam esse argumento para, como dizem, “derrubar Darwin”. Mas esses crentes conseguem aceitar sem problema que algo como deus, muito mais complexo que a natureza, surgiu do nada, ou (mais difícil de entender ainda) nunca surgiu porque sempre existiu. Realmente, olhando dessa forma, os risos sarcásticos que eles lançam sobre os cientistas ficam parecendo reflexos em um espelho.



Vamos voltar aqui, é coisa demais pra minha cabecinha limitada entender: Algo tão tremendamente complexo como uma molécula auto replicante simplesmente não pode ter surgido apenas a partir da combinação de elementos químicos muitíssimo mais simples que já existiriam em abundância. Não é possível aceitar que de uma “sopa” de substâncias diferentes surgiu tudo, mas é possível aceitar que já existia desde sempre, algo complexo, tão complexo, tão tremendamente complexo como deus, como é que eu posso entender isso? Não posso.



Do outro lado, podemos tentar imaginar toda a tabela periódica muitas vezes representada e esses muitos elementos zanzando pelo nada e se combinando, e se descombinando e se combinando novamente e novamente em milhões de tentativas e formando substâncias mais estáveis que vão por sua vez se combinando e se descombinando uma e outra vez e muitas vezes até formarem outras substâncias um pouquinho mais complexas até que, assim, muito devagar, em muitíssimas tentativas, em combinações e descombinações se vão formando elementos mais e mais complexos a partir dos elementos mais e mais simples, e vão, sem pressa, degrau por degrau formando mais e mais elementos.



E esses elementos sempre e sempre se atraindo e se repelindo, combinando-se uns com os outros e criando elementos ainda mais complexos e criando juntos as primeiras leis da física vão assim até que dessas sucessivas combinações se formam moléculas e dessas moléculas se formam moléculas mais complexas a ponto de formar moléculas auto replicantes, ou seja, moléculas que conseguem se reproduzir, se dividir em duas outras moléculas iguais à primeira, e essas moléculas auto replicantes vão se replicando e replicando e combinando a ponto de produzirem moléculas maiores, e depois organismos.



Nessas muitas “replicadas”, as moléculas primeiro e os organismos mais primitivos depois, vão cometendo “erros”, de repente entre um milhão de “replicadas” uma delas resultou primeiro em uma outra molécula, mais tarde em um outro organismo, com uma minúscula diferença da molécula ou do organismo original, por que? Não sei, de repente na hora daquela replicação aconteceu que estava passando uma carga elétrica um pouco mais intensa e essa carga elétrica alterou o processo que estava em andamento. Mas, carga elétrica? Eu não disse que tinha eletricidade... Não, eu não disse, mas tinha que ter, afinal essas duplicações, esses movimentos todos de substâncias, esse “montão de tabelas periódicas” zanzando no nada tinham que, obrigatoriamente, gerar eletricidade.



Enfim, do mais simples foi surgindo, muito e muito devagar, o mais complexo, meio como se a gente imaginasse uma molécula formada por dois átomos, depois chegou mais um, e depois mais um, e todos diferentes se juntando e de repente e muito aos poucos teremos moléculas mais complexas formadas de vários átomos, e essas moléculas começam a se formar com números de átomos diferentes, com tipos de átomos diferentes, consequentemente com tamanho, peso, forma e propriedades diferentes (tá vendo as leis da física surgindo devagar?), e essas moléculas, por sua vez, começam a se aproximar, começam a se juntar umas às outras formando substâncias de tamanho, peso, forma e propriedades diferentes, tudo isso muito, muito aos poucos, até que dentre as moléculas diferentes, num dos “erros” que só acontecem na proporção de um por milhão, surge uma substância que consegue se reproduzir, consegue dividir-se em duas e, de repente, voilá! Em lugar de uma substância são duas, iguaizinhas!



E essas substâncias que conseguem se reproduzir não tem mais nada a fazer e vão se reproduzindo e se reproduzindo até que naquela proporção de um erro em um milhão acaba por ter um número grande de substâncias diferentes que conseguem se reproduzir, e essas substâncias vão conseguindo se juntar em substâncias mais complexas pouquinha coisa que a gente já pode de repente chamar de organismo, e esse processo de se duplicar vai prosseguindo, e esse processo de se unir vai prosseguindo, e esse processo de um “erro” em um milhão vai prosseguindo e de repente, alguns milhões de milhões de anos depois eis que temos o primeiro girino nadando nas primeiras águas.



Impossível aceitar isso? Tá bom! É mais fácil aceitar que algo tão complexo quanto deus surgiu do nada do que aceitar que algo complexo como um átomo surgiu de uma poeira de nada e formou coisas complexas como moléculas que formaram coisas complexas como substâncias que formaram coisas complexas como organismos, certo? Essa explicação científica é complexa demais para ser aceita? A de um ser tremendamente complexo surgido antes de outros seres tremendamente mais simples é mais fácil?



Não sei, a mim me parece que está havendo uma pequena confusão aqui.

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