Usina de Letras

O terremoto no Haiti, cujas perdas em vidas chega aos milhares, é uma tragédia sem precedentes. Ainda mais se levarmos em conta as condições de miséria com que a população vive há décadas e que agravou para níveis desesperadores nos últimos dias. O desafio agora não é só encontrar meios para que os sobreviventes possam ter onde morar e do que se alimentar, mas também dar-lhe esperanças e reconstruir o país praticamente do zero.

Manter a paz e a segurança como o Brasil vinha fazendo já não é mais o suficiente. Até porque no caos em que vive a capital haitiana não há muito o que se possa fazer. Tanto o governo brasileiro quanto a sociedade brasileira devem estar dispostas a sacrifícios maiores, a desafios que ainda não havíamos enfrentados. È preciso não só enviar-lhes donativos, dinheiro e remédios como também mão de obra especializada para a reconstrução da capital. Esse vai ser o grande desafio do Brasil agora. Se o país pensa em ser uma potência regional e ser reconhecido como tal não pode simplesmente deixar que os EUA assumam esse papel que, no caso do Haiti, é nosso. Quem quer ser grande precisa arcar com mais responsabilidades e fazer sacrifícios maiores. Assim como os grandes homens, um país só será respeitado e admirado se se sacrificar. E o medo que tenho é de que o Brasil não tenha coragem de se sacrificar o quanto deveria.