Ferucio Finardi e não Ferrucio era seu nome de batismo, mas todos o conheciam por Tito, apelido de família desde criança.
Apesar de bem mais novo, conhecia o Tito de há muito, mas foi há uns 20 anos que tive o privilégio de conviver diariamente com ele (exceto aos domingos, porque tinha “chácara”, dizia). Desde então nossa amizade se consolidou e, com outros, nos reuníamos toda tarde, inicialmente na Agência Feres e depois no seu escritório. Como sempre gostei de conversar com os mais velhos para saber do passado histórico ararense, o explorava ao máximo.
De sua parte contava que depois da escola trabalhava na “fábrica de empalhar cadeiras” dos pais, “para ajudar na renda”, nos fundos da casa, na Rua Cel. Justiniano. Dizia-se “chefe” dos coroinhas da Igreja Matriz, no início de 1930, nomeado pelo então Cônego, depois Monsenhor Quércia. “Até o pesado sino eu tocava sozinho!”
Começou a trabalhar ainda jovem na Metalúrgica Rüegger e depois no Têxtil Hugo Lagazzi. Nesse ínterim estudava contabilidade com o exímio prático Jayme Gonçalves.
No final dos anos 1950 associou-se a Atílio Bertoni e abriu seu primeiro escritório, na Rua Julio Mesquita, 536. Logo depois desfez a sociedade e mudou-se para a esquina onde hoje é a Casa Sonia, defronte a Escola Cel. Justiniano. Finalmente adquiriram a casa de Henrique Gaino na Rua Julio Mesquita, 404, e ali (onde era a Relojoaria Gaino, já de propriedade de Pedro Pessoto Filho) definitivamente se estabeleceu e levou os pais para morarem na casa anexo.
Além de contabilista, Tito foi corretor de seguros e despachante policial. Nesse tempo, com outros colegas, era suplente de Delegado de Polícia, cargo exercido algumas vezes.
Com mais de 40 anos de idade, casado e com os 5 filhos já nascidos, Tito foi estudar Direito. Depois de formado vendeu o escritório e passou a advogar, exclusivamente, no mesmo endereço. Apaixonou-se tanto pela profissão que a exerceu até aos 84 anos, em meados de 2008.
Vale dizer também que o Tito foi responsável pelo Jurídico Municipal de Araras que, na época, “embora equivalente, ainda não era Secretaria”, dizia. Com a morte do prefeito Milton Severino, em 1986, demitiu-se.
Sua família era tudo! Falava com orgulho dos netos, em especial. Alguns já formados em carreiras promissoras e outros ainda estudando.
Apesar de não se conformar com a inversão de valores que assola o Brasil e o mundo, era um homem de bem com a vida. Tinha uma força de viver invejável e assim foi até seus últimos momentos.
Sincero, inteligente, leal, sensível, conselheiro, atencioso, apaziguador, como pouquíssimos, assim era o Tito, com todos! De minha parte espero ter-lhe correspondido.
Descanse em paz e até a Eternidade, MEU AMIGO TITO!
convida para a Missa de 7.º Dia de seu falecimento, que será celebrada neste domingo, dia 28 de março, às 17h00, no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, em Araras (SP), pelo que antecipadamente agradece a presença de todos.
Fonte:TRIBUNA DO POVO/Cidade, Araras (SP), Sábado, 27/03/2010, Página 10A.
“Fora da VERDADEnão há CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”