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Artigos-->Todos usam Nike -- 27/01/2002 - 23:27 (Victor Serrão) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Todos usam Nike





“Caminhando e cantando e seguindo a canção, somos todos iguais, braços dados ou não”. Sim, somos todos iguais. As meninas e seus “pretinhos básicos”, seus cabelos milimetricamente cortados seguindo os ditos da novela das oito. Para os homens a escolha é mais ampla. Se nos anos 70 a moda era a camisa “Volta ao Mundo” e os sapatos “Cavalo de Aço”, hoje se pode optar entre os modelitos de surfista, playboy ou maurício. De certa forma, vivemos um “comunismo fashion”.

A canção estava certa, somos todos iguais. Porque somos levados pela mídia a sermos assim. Afinal, é mais fácil vender para seres padronizados do que para pessoas de opinião. O jogo sujo da padronização é bem eficiente e vem funcionando a décadas, com mais intensidade a partir dos anos 70.

Por que anos 70? A década anterior, os anos 60, marcou o despertar da juventude para o mundo, o que se traduziu em Primaveras de Praga pelo mundo afora, alguns dos maiores momentos da humanidade. Era preciso calar a juventude, a consciência é prejudicial demais para as elites, pensar incomoda. A contracultura é nociva ao Capitalismo. Chega então a “era de Aquário”. Hollywood ensina em “Embalos de Sábado à Noite” que a onda é a discoteca. A lixocultura em evidência produz obras podres em todos os campos da cultura. É o auge das seitas messiânicas, ditaduras mundo afora, crise do petróleo, guerra na Indochina. A juventude, calada, é consumida por drogas, merchandising e Coca-Cola.

O tempo passa e vem a década perdida. Chega a recessão dos anos 80, mais guerras, os “yuppies” mostram o lado belo do capitalismo fazendo fortunas da noite pro dia no grande jogo de Wall Street. A Guerra Fria termina em marteladas no muro, e os anos 90 chegam com promessa de renovação. Os Cara-Pintadas gritam e, movidos pela Rede Globo, derrubam um presidente contrário aos interesses da elite. Não que fosse um paladino da justiça e da moral, apenas queria um quinhão maior do que aquele que lhe cabia. A globalização traz ares de aldeia ao planeta, que continua desigual como nunca, apesar de digital. O levante dos jovens, ensaiado no Impeachment, morre nas agruras do mercado de trabalho de um mundo em crise.

Assim, chegamos a um ponto em que jovens não vão às ruas, não participam. Estão ocupados demais com seus próprios mundinhos, de profissão, do capital. Todos usam Nike, apesar do trabalho escravo. Todos comem Big Mac, apesar do pão com manteiga nosso de cada dia. Somos todos iguais, querendo ou não, pois não há escolha. Apesar de sermos tão diversos, eles finalmente conseguiram. De um povo que tnha tudo pra mudar o mundo, restou a massa.

Victor Garcia de Paula Serrão

victorserrao@hotmail.com

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