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Artigos-->Armazém de secos e molhados. -- 28/01/2002 - 18:56 (Anderson O. de Paula) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pode ser ingenuidade, e até acredito que seja, mas sempre acreditei que jornalismo fosse paixão, inconformismo, inquietação. Acho que foi exatamente por isso que desejei ser jornalista.



Todos rotulavam-me, e ainda o fazem, como pertencente a uma categoria de revoltados (tolice). Mas é engraçado, chego a sentir o sangue ferver quando vejo algo muito errado, grandes intransigências.



Acreditava que o jornalista tinha a raiva correndo nas veias, um desejo seco de vingança na garganta. Pra mim, o jornalista sempre tinha de estar do lado do mais fraco, do injustiçado, daquele que é enganado, passado para trás.



Sabe, imaginava o jornalista como a única proteção contra poderosos. Uma espécie de voz da oposição, o cara que estraga toda e qualquer negociata. Escutava sempre que a imprensa era o quarto poder. Mas achava que era o contra poder, o ponto de equilíbrio da sociedade.



Clóvis Rossi escreveu no livro ‘O que é jornalismo’(coleção primeiros passos, editora brasiliense) que, ‘o jornalismo é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou ouvintes’.



E é por isso que o verdadeiro jornalista devia lutar, pra conquistar as mentes e os corações do nosso público, mas para o bem, sem distorcer, investigando, denunciando, desmascarando e passando a limpo (como no programa do Bóris Casoy).



Pode ser ingenuidade, romantismo que não leva a nada, mas que profissional serei se não questionar o sistema, a sociedade e os valores imputados pela minoria que manda e desmanda?



Não lhes quero mal, mas também não vou passar o resto dos meus dias escrevendo matérias sobre celulite, como emagrecer ou como arranjar o namorado ideal? Às favas, quero a mudança, o novo, o caos.



É fácil e cômodo adular, mas isso não é jornalismo. Pelo menos não no espírito desse magnífico e apaixonante ofício. Jornalista é vira lata, sonhador, inconformado. O resto? O resto, como disse Millôr Fernandes, é armazém de secos e molhados.





P.S.: Esse texto foi escrito em 1998 e faz parte de minhas memórias que hão de ser legadas aos meus filhos. O caso é que acredito que ele possa servir para alguma coisa, aqui, nesse espaço



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