Alcyr Matthiesen conclui após 2 anos de pesquisas a obra “Resgatando Elos da Memória”, com destaque para aspectos arquitetônicos e história de Benedita Nogueira
ANA MARIA DEVIDES
O professor e historiador ararense Alcyr Matthiesen acaba de lançar mais um livro sobre a história da cidade. Intitulado “Resgatando Elos da Memória – Araras”, a obra, com 200 páginas, é o resultado de dois anos de pesquisas e revisões de dados sobre a formação do município. Porém com detalhes bem diferentes em relação a outros trabalhos do autor, que já publicou vários livros históricos.
Em “Resgatando Elos da Memória” Matthiesen apresenta um estudo detalhado da arquitetura da Fazenda São Joaquim, com ampla descrição de sua estrutura, além da história e genealogia de Alferes Franco, dos Barões e de Albino Cardoso. Há também destaque para a arquitetura de outros casarões de fazendas locais.
Documentos de 1885 a 1925 são apresentados na obra, que traz também informações sobre o Polytheama, primeiro cinema local, de 1909, o primeiro cemitério, os alto-falantes do jardim, a vida e a tragédia do Padre Casemiro Ross, entre outros assuntos.
Mistério sobre o
sepultamento de
Benedita Nogueira
Matthiesen também se debruçou sobre a trajetória de uma personagem emblemática de Araras – Dona Benedita Nogueira, nascida em Araras, casada com o médico e ex-vereador João Ferreira de Mello Nogueira. Mesmo depois de mudar da cidade – ela foi para São João do Estoril, Conselho de Cascais, Portugal – Benedita deixou expresso o seu desejo de manter vínculos com a cidade e ser sepultada aqui.
Não tendo filhos, a ararense que tinha uma grande fortuna segundo as pesquisas de Matthiesen, detalhou no testamento as doações que desejava fazer, entre elas a famosa destinação do Solar Benedita Nogueira, que um dia havia sido sua casa em Araras, para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que deveria transformar o local num orfanato para meninas.
Ironicamente, se o Solar é o centro de longas polêmicas e nunca é esquecido – até pelo valor material e histórico do prédio – não se tem, de acordo com o novo livro de Matthiesen, como precisar se um dos principais desejos de sua proprietária foi cumprido. Sobre o sepultamento da benemérita, Matthiesen conta no livro que, após sua morte em 31 de outubro de 1921, o procurador de Benedita Reynaldo Porchat solicitou que o corpo fosse trasladado de Portugal para Araras, mas não obteve resposta, chegando a entender que a Santa Casa de São Paulo é que deveria então arcar com os custos do procedimento. O autor do livro diz no entanto, que ao pesquisar o desfecho dessa história no Cemitério Municipal de Araras encontrou apenas “a única informação que existe, realmente, diz que (Benedita Nogueira) foi sepultada na carneira 263, porém sem identificação de local, não havendo também confirmação do sepultamento de seu esposo, Dr. João Ferreira de Mello Nogueira em Araras.”
Mais detalhes sobre as histórias do novo livro de Matthiesen podem ser conferidas na Agência Feres (19-3541.3066) e na Livraria Nobel (19-3542.9892 / nobel.araras@livrarianobel.com.br), onde a obra está disponível para comercialização.
Fonte: TRIBUNA DO POVO/Novidades, Araras (SP), Sábado, 17/04/2010, página 6B.
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“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”LUIZ ROBERTO TURATTI.
