Trabalho na educação há alguns anos e venho envergonhando-me da atual condiçao de descaso com a qual minha categoria vem sendo tratada. Não quero privilégios, tampouco status, quero "apenas" melhorar a qualidade de vida das pessoas, porque acredito que a educação é o caminho para a solução de maior parte de nossos problemas. Não chamem-me de sonhadora, apontem-me como uma idealista que ainda não desistiu ( e nem vai!). Posso fazer com que as coisas mudem; tá certo que sozinho o beija-flor não apagaria o incêndio da floresta, como bem afirmou, mas fez a sua parte, não esmoreceu, não foi vencido pelo fogo. Assim acredito que devemos ser: crédulos, fiéis aos nossos ideais. Não morreremos, dicerto, por isso. O que de fato nos levará à morte serão nossas faltas de atitudes; nossa eterna frase de "não adianta... sempre foi e será assim!". NEGATIVO!, sou uma educadora, tenho compromisso com o meu ofício, com os meus amigos, com os meus filhos e com o futuro da humanidade.
Podem estar pensando agora: "coitada, mais uma utópica", não, caros colegas. Ganho pouco. Trabalho muito de graça e, quando, por um acaso encontro alguém que há muito não o via e este ao aproximar-se de mim, com um sorriso largo me fala que eu fiz diferença em sua vida, aí sim, está pago o meu trabalho, está cumprido o meu dever, não só de professora, mas de cidadã.
Amo o que faço. Ensino, educo, aconselho, me torno amiga dos que de mim se aproximam, e que melhor emprego poderia eu ter em face a tantas vantagens?, algumas desvantagens não são desapercebidas por mim, é claro, mas confeço-lhes, com todo arfã de quem ainda tem muito a fazer: as vezes me canço, mas quando lembro da grandeza e da nobreza do meu ofício, tornam-me as forças, a vitalidade de ser feliz, simplesmente por ser útil. |