Já o percebemos. Já sentimos as inúmeras destruições dentro do nosso ambiente de vida material. Já sabemos que a natureza merece o respeito e a política de conservação, mas poucos estão atuando para que isto se torne uma realidade. Não há mais verão na temporada certa; não há mais inverno nos meses certo; não há outono; não há primavera. Tudo se transformou nas quatro estações diárias ou semanais durante todo o ano e daqui para frente tende a piorar, quando cada gigantesca árvore é derrubada em algum lugar do mundo, principalmente na Amazônia. A humanidade é amante da destruição, do desmantelamento do equilíbrio ecológico. Então o extermínio, o arrasamento, a extinção, a derrota da humanidade já começou. De agora em diante estamos a mercê de uma natureza desequilibrada e nós nada mais poderemos fazer, porque a destruição das florestas é irreversível.
Um famoso médium previu a volta de Jesus com a finalidade de levar a humanidade (em forma de espírito, é claro) para uma galáxia distante onde haja um planeta semelhante à Terra de milhares de anos atrás, com a finalidade de reiniciar a vida humana na carne. Se isto ocorrer será uma vergonha para todos nós, os destruidores da Terra. Precisamos entender que o céu não se ganha somente com a morte do corpo, o espírito terá de viver muitos milhares de vidas carnais para chegar a uma quase perfeição. Quando nosso corpo morre, renascemos espiritualmente para mais trabalho e mais aprendizado e depois voltamos à carne novamente para provarmos nossa melhora. Então, sem conhecer esta básica verdade o homem destrói a sua escola (planeta). Em conseqüência o clima e a paisagem vão mudando e nós vamos conhecendo o inferno de perto. A natureza não se revolta, busca o equilíbrio. Neste ajuste natural é onde o homem sofre as terríveis conseqüências.
Tudo que é verde representa a natureza, principalmente na vida dos vegetais, que respiram e se alimentam de nutrientes como nós o fazemos. O vegetal alimenta todos os animais desde os perdidos milênios terrestres. Então o nome de um partido político “Verde” era para no mínimo buscar os esforços de proteger a natureza, mas não vemos ninguém do PV pronunciar um duro discurso ambientalista. São discursos na maciota e ao fazerem, não colocam a natureza como uma das principais políticas de auxílio, de socorro com os necessários resultados. Pelo contrário, estão é divulgando notórias políticas públicas do “oba oba” ainda por serem realizadas e ao mesmo tempo em que enchem a prefeitura de familiares e de protegidos políticos, talvez a única política de quem atinja o poder neste país. Fora do poder são mestres em discursos que versam sobre a proteção da natureza; dentro do poder mudam o discurso e passam a agir com as mesmas características dos fracassados governos anteriores.
É do meu filho o Glauber, o seguinte texto escrito há muitos anos: “estamos no terceiro milênio e o ser humano continua devastando sem piedade. Continua com os holocaustos de florestas e animais. Os ambientalistas querem mostrar suas vontades de protegerem o planeta, mas é tudo em vão. Há alguns dias, em uma tarde de sábado, resolvi mergulhar costumeiramente nas águas da cachoeira “Amadeu Botelho”, como é conhecida. Chegando ao local, deparei-me com uma grande parte da mata ciliar em chamas. Coisa horrível! Tudo estava tomado pelo fogo. Naquele momento tive ímpetos de jogar água com as mãos nos focos de incêndios. Mas, não adiantava nada e seria por demais patético”. Meu filho, que colaborou com o Greenpeace alguns anos, chegou em casa naquele dia totalmente abatido, triste e revoltado. Até hoje ele, nos seus quadros pintados a óleo, condena o comportamento do homem, como sendo um criminoso, um destruidor de florestas.
Em Jaú ouvimos muitas conversas e pouco progresso, no que tange à proteção da natureza mesmo com o PV no poder. O desânimo dos verdadeiros ambientalistas é algo visível. Lutar contra um poder político que se torna inimigo de quem ama a natureza é impraticável. Como disse Anne Frank em seu último texto do diário no dia 1º de agosto de 1944: “para ser sincera, devo admitir que tento mudar por todos os meios, mas estou sempre em luta contra um inimigo muito mais poderoso”. Três dias depois ela foi levada pelos alemães para um inferno chamado “Bergen Belsen” um dos mais terríveis campos de concentração onde foi assassinada.
Nós, todos nós, tanto ricos quanto pobres somos responsáveis pela destruição do planeta, nossa morada. A natureza desequilibrada, enlouquecida tal e qual a “besta do apocalipse” não é a “besta do apocalipse”. Nós, sim, somos a “besta do apocalipse” porque desobedecemos a regra máxima de Deus “não matar”. Estamos matando o planeta Terra, destruindo a nossa morada num suicídio generalizado e incompreensível.
Jeovah de Moura Nunes
escritor e jornalista
jeovahmnunes@hotmail.com
(publicado numa segunda-feira, dia 5 de outubro de 2009)