Nossas leis punitivas estão mesmo cada vez mais suaves e doces para os criminosos. Nós, os cidadãos de bons princípios, trabalhadores, repletos de responsabilidades com a família, com a cidadania, com a Federação, o Estado e o Município, vivemos presos em nossas casas com o medo terrível de sermos assaltados, mortos ou aleijados, sem nem mesmo possuir o direito de se defender. Nossas leis favorecem aos ladrões, aos criminosos, aos políticos ladrões, à malta de assassinos, às quadrilhas e tudo o que não presta humanamente. Os princípios que nos nortearam a vida desde nossa infância estão indos para o brejo por culpa de governos inescrupulosos que não investem na segurança da população.
“Eles” têm, quando no poder, seguranças de sobra, mas nós estamos condenados a uma vida de medo dos assaltos, dos estupros, da matança generalizada. O incrível é o fato de nunca ter ouvido falar de um político assaltado! Eles sim, costumam nos assaltar através dos impostos escorchantes. Este ano é o de eleições majoritárias. É a hora de exigirmos deles mais segurança para toda a população. Leis duras para dar fim a essa criminalidade ordenada, ou disposta com metodologia. Não temos de pedir a eles, temos sim de exigir deles, visto serem nossos empregados e maus empregados, os quais devem tomar chá de sumiço em definitivo da vida pública. Não podemos olvidar de que foram os políticos os criadores deste clima de guerra entre o bem e o mal. Como fizeram isto? Com a permanência de leis paradisíacas, ultrapassadas, leis que premiam o criminoso.
Dias atrás minha vizinha recebeu a visita de um ladrão. O cara em pleno meio-dia desmontou parte do aparelho que suspende a porta da garagem e entrou tranquilamente. Arrombou a porta da sala e estava “trabalhando lá dentro”, segundo disse ele em resposta a uma pergunta de uma outra vizinha. Por sorte o alarme através da boca pequena entre o mulheril fez com que a Polícia chegasse e prendesse o ladrão em flagrante.
Minha rua já foi sossegada. Atualmente está se transformando num paraíso para ladrões. Do jeito que a coisa degringolou não é mais seguro viver no Brasil. Sabemos da existência de bandidos em todos os lugares do mundo, mas a maioria dos países que se afirmam como civilizados e progressistas possuem leis duras, leis que fazem o criminoso tremer nas bases. Se somos compelidos a vivermos com as leis do cão, nós, as vítimas, por que não produzir as leis do cão também para eles, os bandidos? Mas, não é assim. Nós é que somos os procurados, os mortos e assaltados pelos que vivem realmente a verdadeira liberdade: os bandidos. Nós não podemos possuir armas de fogo sem o registro nos órgãos de segurança. O bandido pode. Nós não podemos sair à noite para um passeio. O bandido pode. Nós não podemos matar, o bandido pode. Quem não acredita experimente matar um bandido. Logo descobrirá a enorme dor de cabeça, caso não seja preso. Porém, quando o assassinado é um bom cidadão, a lei brasileira trata apenas de enterrá-lo e esquecer a dor da família.
Se isto fosse um país justo o Estado deveria no mínimo pagar à família que ficou traumatizada uma indenização pela morte do esposo, do filho ou da esposa já que dependemos da segurança do Estado. Mas, a politicalha não se interessa pela segurança da população. No entender deles a população é o gado vacum, existindo apenas para ser explorado por eles, políticos, e assaltados, roubados e assassinados pelos ladrões comuns.
Mudei para Jaú em 1988 buscando a segurança que eu e minha família não tínhamos em São Paulo. Mas, de alguns anos para cá estamos vivendo o mesmo clima da capital 22 anos antes. Ainda hoje (01.04.10) uma amiga nossa esteve aqui em casa e contou-nos do portão dela entortado na noite passada, numa tentativa de roubo de algum ladrão. Ela com medo disse que iria dormir na casa de alguém da família. Mas, acredito que esse alguém da família também está com medo de ser assaltado dentro de casa.
Se nós, brasileiros, não fôssemos tão alienados, procuraríamos neste ano de eleições majoritárias, instigarmos nos políticos a intenção de votarmos neles com a condição, sine qua non, de produzirem leis punitivas com penas de morte e prisão perpétua para todos os crimes de morte, tanto o “de menor” quanto os maiores de idade, acabando com esta falsidade ideológica instável, piegas e imbecil, que deixa nosso país nesta enfermidade burra, sem sentido e sem futuro porque sabemos que a próxima vítima pode ser um de nós. Dos políticos sabemos que eles não morrem em assaltos, o que é muito estranho. Parece um acordo: sem leis duras, o político ficará protegido pela bandidagem. Talvez este seja o grande segredo da esfinge rindo de nós.
(publicado no jornal "Comércio do Jahu" em 20 de abril de 2010)