Estamos sempre mudando o nome e o perfil de nossas moedas e elas estão sempre indo para o brejo. Não parece ser o caso do Real, que está demorando a ter o seu destino final, porém já se começa a sentir um fracasso desse meio de circulação criado há duas décadas, quando os centavos vão desaparecendo. O principal motivo para a exterminação de uma moeda de qualquer país é a inflação. Como temos milhares de pequenos governos, referindo-me aos prefeitos, eles se acham no direito de aumentarem os impostos, além das taxas e mais taxas, através de uma canetada e sem consultar o poder legislativo e o povo.
Os prefeitos brasileiros têm se mostrado ditatoriais. Apreciam muito assinarem portarias, leis que aumentam impostos, sempre falando de arrecadação e ao final, nós os patrões deles, descobrimos que o cara não fez nada para nós. Ficamos sempre com o sentimento de que somos otários neste país. Preocupo-me quando sou obrigado a tirar dinheiro do meu bolso para entregar ao poder público, que nada faz por nós, cidadãos. É dinheiro, no meu entender, jogado fora. Minha rua, por exemplo, está uma porcaria de asfalto. Agora as ruas e avenidas dos milionários jauenses estão umas maravilhas! É um tapete o asfalto! Favorecer ricos parece ser bom para os prefeitos, porém quem vota mesmo são os pobres.
Em Jaú o atual prefeito resolveu aumentar em 30% as tarifas para os prestadores de serviços e a Câmara Municipal, através dos vereadores apoiaram e aprovaram a medida cavalar, havendo apenas dois vereadores contrários, um do PT, o mui digno Carlos Ramos e outro do PV Fernando Frederico de Almeida Júnior. Aumentar tarifas de serviços, ou a taxação de mercadorias é dar a largada para o retorno da inflação. Aparentemente o atual burgomestre de Jaú deve estar desejando para esta cidade um foco inflacionário maior do que o já existente, a fim de castigar a população, que já está rugindo contra muita coisa errada. Ora, temos o direito de rugir à vontade, afinal somos o patrão e o bom empregado obedece. Mas, existem empregados, cujas confianças e competências ficam muito a desejar.
A majoração de taxas, ou impostos dá vazão ao aumento da inflação local, visto que nenhum negociante irá aceitar a perda de seu ganho real. E como estamos numa democracia, (se é que estamos!) podemos também aumentar os preços de nossas mercadorias, quer o governo queira, quer não queira. Mesmo que a priori as vendas caiam. Quem vai perder pontos politicamente falando será o responsável pela primeira medida, a qual considero um golpe contra a sociedade ao majorar os valores das taxas ou impostos sem ter a educação e a delicadeza de avisar a população.
Assim sendo, criou-se no ambiente social um deslocamento inflacionário capaz de inicialmente desestabilizar o ambiente comercial que antes estava estabilizado. E depois de outras desestabilizações a inflação irá crescer e se acomodar, ou seja: a volta da rotina inflacionária. Ora, o município é apenas uma célula do país e é nesta célula que tudo acontece. Principalmente quando outras células resolvem seguir o exemplo da primeira.
Tanto é verdade que existem cidades diversas, cuja economia estabilizada vai muito bem, obrigado! Existem cidades que se compararmos com Jaú dá a impressão que estamos num país longínquo. Tudo é mais barato, mais acessível.
Aqui é uma cidade com muito mais supermercados por metro quadrado e os preços não são nada aprazíveis. Minha esposa, a Toninha, sempre vai visitar nossa filha em Piracicaba e ela fica abismada com a diferença de preços bem mais inferiores aos dos supermercados de Jaú. Bauru também é um exemplo de comércio equilibrado com o poder de compra da população. O que atrapalha a pequena viagem de poucos quilômetros para lá é o vergonhoso pedágio. Uma viagem à Piracicaba é mais fácil do que ir a Bauru. São 150 km até Piracicaba e leva duas horas a 80 km/h sem nenhum pedágio. Tenho vontade de me mudar para Piracicaba onde existe um poder municipal digno e de grande relevância social.
A inflação em Jaú vai de vento em popa e agora graças às providências do atual burgomestre e do anterior também, com o aval da Câmara, impondo taxas e impostos, despojando a economia da população jauense é bem possível que cheguemos a um estágio infeliz dentro de algum tempo. Esses nossos políticos devem desejar ardentemente uma vida inflacionária para o povo. É o que se deduz pelo comportamento deles. Não dão a mínima para a vida difícil dos pobres. Depois saem de rua em rua pedindo votos com a maior cara de pau. Ora, vão verificar se estou na esquina!
Podemos imaginar que políticos assim é que destroem a economia de um país. Políticos gastadores, sem a preocupação do social, sem levarem em conta a vida difícil de quem se aventura no comércio, hoje bastante incompatível no país em razão principalmente da ganância exagerada dos poderes: municipal, estadual e federal, solapando os comerciantes com impostos avassaladores e inviáveis. É mais fácil abrir um comércio nos EUA do que neste país. Geralmente quem abre um negócio no Brasil acaba se arrependendo.
Publico esta matéria para o país todo porque posso adivinhar que outros municípios pelo Brasil devem existir prefeitos também semelhantes ao nosso aqui em Jaú, desesperados para subir taxas e impostos municipais, no intuito de angariar renda, não para melhorar o município e a cidade e sim para se preparar financeiramente no intuito de participarem de novas eleições, ou tem gente que imagina o contrário? Não posso crer que um homem, com exceção de milionários, possa bancar várias eleições sem ser financiado ou sem ter os recursos próprios.
Quero, finalizando, parabenizar o jornal “Comércio do Jahu” pelo Editorial de domingo intitulado: “POLÍTICA DO ATROPELO”. Um verdadeiro alerta à sociedade jauense com relação aos vergonhosos desmandos do atual prefeito de Jaú, infelizmente. Quem desejar em qualquer lugar do Brasil ler esse editorial entre no site: www.comerciodojahu.com.br e conheça a nossa cidade aos poucos. Um abraço a todos os leitores!
Jeovah de Moura Nunes
Escritor e jornalista, autor de “Memórias de um camelô” entre outros livros.