Me faltam palavras para qualificar qualquer tentativa de conferir legitimidade e veracidade, via contexto pré-eleitoral, a "documentos" produzidos pela Dita Dura, mediante tortura e outros tratamentos desumanos, cruéis e degradantes.
O Brasil merece saber quem é Dilma Roussef, mas na esfera pública.
Não escavando os porões como se lá houvesse algum resto mortal mais verdadeiro do que a palavra de quem sobreviveu.
O direito à informação é um direito conquistado nas democracias, esses "documentos" já deveriam ter sido disponibilizados há muito, não fosse a sociedade tão passiva diante do passado recente.
Mais do que trazer à tona o conteúdo desses "documentos", na esfera pública o processo de produção é democraticamente submetido ao escrutínio da sociedade que ainda lida com as feridas abertas desse passado. Não se confere automaticamente a isso nenhum valor a priori.
A imprensa tem direito de pedir que os portões sejam escancarados.
Mas o status desses "documentos" não é questão de descobrir, e sim, de debate público, que é o que nos falta e nos faltará, pelo visto.