Big Brother Brasil: Polícia Federal expulsa concorrente português ilegal no país
Sérgio tem oito dias para deixar Rio de Janeiro
Agostinho Santos
O português Sérgio Tavares Campos, um dos concorrentes do Big Brother Brasileiro (BBB), corre o risco de ser deportado, por ter desrespeitado a legislação da imigração brasileira. A Polícia Federal autuou e notificou, ontem, o concorrente, concedendo-lhe um prazo de oito dias para abandonar o país.
A notificação foi entregue no "confessionário" da casa do "Big Brother", local onde Sérgio Campos assinou o documento. O português deveria ter comparecido na sede da polícia, no Rio de Janeiro, para depor e esclarecer as autoridades quanto à sua situação, mas acabou por não abandonar a casa, facto que levaria à sua desclassificação.
"O concorrente esteve em contacto com os advogados, traçaram uma estratégia e, possivelmente, irão apresentar recurso" _ adiantou, entretanto, fonte da TV Globo, que garantiu que cabe agora ao Sérgio a opção de sair ou não do interior da casa. "Se sair não pode voltar mais" _ acrescentou.
Como o JN referiu, na edição de 30 de Janeiro, o Big Brother Brasileiro arrancou na última semana de Janeiro, com 12 participantes, escolhidos entre 500 mil inscritos, depois de mais de 10 sessões eliminatórias, que incluíram numerosos e rigorosos exames físicos e clínicos, passando pelos testes de gravidez, toxicológicos e de despistagem de HIV.
Nessa escolha, foi seleccionado Sérgio Tavares Campos, que viveu durante muitos anos em Angola e que, segundo as autoridades brasileiras, se encontra naquele país em situação irregular. De acordo com Alcyr dos Santos Vidal, delegado da Polícia Federal, citado pela "Folha de S. Paulo", Sérgio está em situação ilegal, desde Dezembro, altura em que rescindiu contrato com a empresa onde trabalhava como cabeleireiro.
As luzes da ribalta fizeram cair sobre o português a atenção das autoridades que se puseram em marcha, notificando de imediato o concorrente.
Entretanto, esta estação televisiva, numa nota distribuída, alega que "a inscrição do candidato foi baseada na apresentação do CPF (número de registo de pessoa física) e do passaporte com visto válido até Novembro de 2002".
Ainda segundo a Globo, o visto de Sérgio Campos terá sido concedido pela Embaixada do Brasil, em Lisboa, mas é provisório e vinculativo a contrato de trabalho. No ano passado, Sérgio foi contratado pela Academia Estação do Corpo, no Rio de Janeiro, para trabalhar como cabeleireiro, mas o contrato terminou em Novembro último e a empresa não comunicou à Polícia Federal, como obriga a legislação.
A este propósito, os ex-patrões do português já reconheceram o erro e deverão, ao que se prevê, ser multados, uma vez que o Estatuto do Estrangeiro no Brasil é bem claro: a empresa que contrata é responsável pelo imigrante enquanto ele permanecer no país.
Ou seja, apesar de Sérgio Campos ter visto de permanência no Brasil até Novembro de 2001, este não é válido devido à cessação do seu contrato de trabalho com a Academia Estação do Corpo. Um esquecimento que lhe poderá sair caro.
Agora, a questão poderá ir parar à Justiça brasileira, pois tudo indica que os seus advogados apresentarão recurso. Sérgio terá, entretanto, de pensar se quer ou não sair da casa. Actualmente, está, como ironizou fonte da TV Globo, "entre a espada e a parede". "A Globo aguarda que o concorrente tome a decisão.
Aquela que tomar será respeitada. Mas, se sair não pode mais entrar..." _ acrescentou a mesma fonte.
Ontem à noite, houve expulsões na casa, mas Sérgio Campos não foi um dos indicados, uma vez que conquistou a categoria de "líder da semana". Aguarda-se agora uma decisão, sua e da Justiça brasileira.
As coisas não estão a correr muito bem para este português, de 29 anos, a residir há dois anos na zona do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Ainda para mais, agora que _ dizem os telespectadores brasileiros _ "estava a pintar um clima romântico entre Sérgio e Vanessa". Uma ligação que poderá desabar, caso o português seja obrigado a desistir. E além do mais, também cairá por terra a ideia de ganhar o chorudo prémio de 50 mil contos.