Francisco Miguel de Moura – escritor, membro da Academia Piauiense de Letras
Os escândalos nas repartições do governo e as tristezas da violência urbana nos assustam. Chegamos a desconfiar de todos, de todas e de tudo. No setor público, comecemos com os Institutos de Pesquisa Eleitorais, com base em mostras não significativas, jurando que os dados são realmente científicos. Agora vamos a outro instituto. Uma revista de grande circulação nacional declara que o IPEA, outrora tão importante, digno e confiante fonte de pesquisas, não só para o governo como para universitários (mestrandos, doutorandos, etc), já não é confiável. A falta de critério de sua composição, visto que é um órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, permite agasalho a pessoas que burlam a verdade, acrescentando ou diminuindo resultados, desde que favoreçam os interesses do momento. Como poderemos nos basear nas suas estatísticas? Para exemplo, referimo-nos à crítica feita por Nelson Jobim, Ministro da Defesa, com relação às estatísticas de funcionamento dos aeroportos. Disse ele, com duras críticas ao trabalho assinado por pesquisadores do órgão, que o IPEA mentia ao informar dados sobre a capacidade de operação de determinados aeroportos e concluiu: “O trabalho do IPEA é totalmente desqualificado.”.
Voltando aos Institutos de Pesquisas eleitorais, vimos, agora nas eleições, pesquisas nada confiáveis, subidas assustadoras da candidata do Planalto e até quedas da oposição. As urnas não confirmaram as pesquisas – e eu dizia sempre isto: “não confio nestas pesquisas”. Nem abrangência nem rigor eram normas. A menos que mudem com as críticas, possivelmente não confirmarão, no segundo turno, desde que a oposição aja com rapidez, eficiência e sensatez junto aos partidos menores como o próprio PV, o PSB e o próprio PMDB, no sentido de que orientem seus eleitores para o lado melhor da democracia brasileira que é a ALTERNÂNCIA no poder. Se não fora assim, porque acabaríamos com os reis e imperadores? Por que criar ditadores com eleições sucessivas. Não importa que tenha sido Fernando Henrique Cardoso quem transplantou dos EEUU para o Brasil a REELEIÇÃO. O PSDB não é o Fernando Henrique. José Serra promete trabalhar para que o Congresso vote uma lei acabando com a reeleição. O sistema anterior é muito melhor para o Brasil. Acabemos com esta história de imitar os Estados Unidos no que têm de pior. Lula e outros farão aqui como alhures. No presente, o caso mais patente é o do venezuelano Hugo Chávez. Uma espécie de reedição do Fidel. Isto é péssimo exemplo. Tenho medo de reis e imperadores, de poderes absolutos. Nossos juízes têm certo ranço, mas eles não são propriamente a justiça, apenas a parte inferior, daí que o prejudicado pode recorrer a tribunais superiores. E estes não agem individualmente, os tribunais são coletivos.
Gostaria de um segundo turno sem Lula na asa de Dilma, em igualdade com a oposição que não possui anjos da guarda. Que história é esta de o Presidente, com poderes de governo, sair por aí, com uma candidata debaixo do braço, querendo metê-la na goela dos eleitores representados pelos “bolsa família” e outras? Isto é democracia? Nunca foi. Lula e Tiririca, ambos analfabetos, ou quase, são palhaçada sem graça. E nossos legítimos representantes enquanto o povo e a justiça quiserem. Confirmando tudo isto, os dados terríveis do IBGE, com relação ao Piauí. Temos 851 mil tiriricas (analfabetos). O índice é 37,5% da população do Estado e o maior do país (“O Dia”, 18/9/2010).
- Como não eleger as piores bancadas estaduais e federais?
- Só mesmo votando na oposição ao rei-palhaço e seus acompanhamentos.