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Artigos-->EM JAÚ, OS CARROS MANDAM E COMANDAM! -- 02/12/2010 - 09:41 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Em Jaú, os carros mandam e comandam!





Entra prefeito, sai prefeito e nada de se modernizar esta cidade. Acredito que em outras cidades deve ser a mesma coisa, ou a mesma droga de sempre. A impressão que fica é a de que os prefeitos apenas se locupletam e não têm um mínimo de consideração ao povo que os elegeu, que confiou neles. Gostam mesmo é de fazerem políticas particulares e não públicas. É um charminho aqui, outro acolá com discursos para impressionarem, mas as mãos não têm o pudor e o poder de trabalhar duro pelo povo. Eles esquecem que são empregados do povo e a única coisa boa nisto é que o povo acaba esquecendo deles, porque esquecer de quem nos esquece é a melhor vitória sobre um podre poder.



O poder público daqui não pensa na população, só deseja aparecer na mídia falada e escrita. Atualmente nem na falada. Viajar é uma espécie de vício dos políticos jauenses. Claro, somos nós que pagamos a conta. Assim como fomos nós que também pagamos aqueles 300 quilos de linguiças atiradas ao lixo. O poder público no Brasil é tal e qual os manda chuvas do passado.



Embora vivamos numa República às vezes dá impressão de ser aqui um império com reis e rainhas comandando tudo. Somos um povo que ainda não tirou o pé do passado, quando outros países já avançaram muito nos sistemas sociais políticos, mesmo sendo uma monarquia, como no caso da Inglaterra, cujo sistema social é avançadíssimo. A educação é bastante sólida e o emprego não é casual é planejado até mesmo para idosos. Aqui no Brasil o idoso com boa saúde não arruma emprego, mas nem que a vaca tussa. Somente alguns com pistolões, amizades eternas com Sicrano e Fulano aí sim arrumam serviços. A preferência é para os jovens porque podem explorar o máximo possível.



Meu filho, o Glauber, quase morreu pela segunda vez ao ser atropelado por um carro. Ele estava tal e qual a primeira vez numa bicicleta e aí vem um maníaco do volante em cima dele. O motorista fugiu sem prestar socorro. O atropelamento desta vez deixou-o bem machucado, não quebrou nem um osso, mas perdeu peles e chegou em casa todo ensanguentado e cheio de ferimentos. Teimoso como é sequer foi ao hospital. Ele puxou um pouco para o meu gênio. Não gosto também de ir aos hospitais, mesmo precisando. Só para ser atendido já é uma verdadeira tortura. Então, prefiro tomar umas cachaças que faz qualquer dor passar. Afinal o barbudo está mesmo acabando com os hospitais. Ficou doido de raiva ao perder politicamente a CPMF que injetava R$ 40 bilhões por ano na conta federal.



Atualmente é comum pessoas morrerem na porta de hospitais casos que só ocorriam nos países em guerra. E ainda tem gente que acha o governo Lula o melhor do mundo. Ora, vai morar na casa dele, em São Bernardo.



Em Jaú os carros mandam e comandam. As pessoas compram carros para mostrar que têm dinheiro: o tal do status. Acham-se os donos da cocada preta com seus carrões de vidros negros para a gente não ver quem é que está ao volante: se é um doido, um bêbado, ou se é um desonesto. Muitos escondem-se atrás dos vidros negros. Imagino que seja para não identificarmos o atropelador, ou o assassino prestes a atropelar alguém. Atropelam pessoas, matam pessoas, quase mataram meu filho recentemente e o pior é que não são identificados em razão do vidro negro. É mais uma fórmula de um suspeito comportamento.



Estamos muito longe de se tornar uma nação realmente moderna e repleta de leis duras como, por exemplo, os EUA. O Brasil só vai ter cidadãos de boa e grande educação daqui uns 500 anos. Isto se as leis melhorarem até lá, o que duvido muito. Nossas leis são redigidas por políticos que não querem melhorar a vida dos pobres. Eles sentem a necessidade da existência da miséria humana para ter o direito de explorar. Podemos ser ricos como um todo, mas são os pobres que sustentam a boa vida dos ricos, assim como no passado eram os escravos que davam condições aos ricos de possuir uma boa vida. A diferença para hoje foi a extinção do chicote. A miséria não tem solução no Brasil e, na maioria dos casos, é em razão da miséria que os jovens despencam na criminalidade. Talvez se a Dilma partisse para o comunismo algo poderia melhorar neste País, visto que o capitalismo é como o motorista que atropelou meu filho: violento, injusto, mau, irresponsável e criminoso. E pior: não existe justiça, quando um médico é condenado a 300 anos de prisão pelo estupro de 60 mulheres e vai pagar essa espetacular condenação numa grande e maravilhosa liberdade.



Existem países mais estúpidos do que o nosso? Eu acho que não. Isto porque a educação em todos os países do mundo é obrigação tanto para os pobres quanto para os ricos. Aqui no Brasil é somente para os ricos e ainda assim se tornam fascistas ao discriminarem e espancarem pobres, negros, homossexuais, prostitutas e etc. É um País maravilhoso só para os ricos. Muitos pobres na primeira oportunidade mudam de país, tanto que todos os países do mundo estão repletos de brasileiros de origem humilde. Certamente pelos bons empregos sem discriminações.



O Brasil é isto que estamos vendo pela TV no Rio de Janeiro: só tratam de resolver um problema sério quando temos uma Copa do Mundo e uma Olimpíada pela frente. Quando tudo terminar voltaremos às mesmas drogas e aos inúteis carnavais de sempre, originados pelas pessoas que não têm nada a fazer, senão vagabundear. Que coisa, hein?



Jeovah de Moura Nunes é escritor e jornalista, autor de “Versos à Revelia”, entre outros livros.

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