O artigo 5º da Constituição diz que “todos são iguais perante a lei”. Mentira absoluta! Se formos iguais por que existem pessoas que moram em casas sobre lixões e nos morros? Por que pessoas ciscam o lixo em busca de alimentos? Por que essas pessoas são enganadas e esquecidas pelos políticos, quando a politicalha socorre rapidamente os ricos e endinheirados? A realidade é a de que nosso país foi construído sobre a miséria humana. Ninguém que seja brasileiro vivendo na miséria pode amar este país. Às vezes dizem que amam para satisfazer o outro lado da vida que eles não têm. Enquanto isso os espertinhos ferram os pobres e puxam os sacos dos ricos, com anuência total da riqueza. Destruir os pobres é muito próprio do brasileiro rico. Pena que a ignorância dos pobres brasileiros nunca foi igual a “ignorância” dos povos dos países europeus e asiáticos, quando revolucionaram o mundo.
Um país só cresce de forma rápida quando revoluciona sua vida estagnada e sem futuro, tendo como base apenas as enganações dos políticos. Estes enganam a todos, até a eles próprios e somente se dão conta disso tarde demais. A propagando televisiva fica encarregada de fazer a cabeça dos pobres através de mentiras novelescas e sem fim, fazendo o traseiro das matronas se tornarem elefantíases. São eternas novelas que dão ibope e vendem carros e produtos caros de supermercados aos ricos da vida.
Por falar em supermercados temos aqui na cidade onde moro a maior quantidade de supermercados por metro quadrado do Brasil, porém, todos eles vendem produtos com preços abusivos. Pelo que fui informado, em Bauru e mesmo em Itapuí, apesar de existirem poucos supermercados os preços são bons. Tanto que alguns jauenses vão fazer suas compras por lá e já me informaram que vale a pena.
Minha mulher quando vai à Piracicaba costuma fazer compras num supermercado de lá. Fico abismado com a diferença de preços. Aqui em Jaú parece uma maldição. O comércio não gosta muito da freguesia. Se gostasse os preços não seriam tão abusivos. É mais uma diferença de igualdades, neste caso de cidades. Jaú é “diferente” de outras comunidades com certeza. Só vivo aqui porque minha mulher é daqui, senão fosse já teria dado o pinote para longe. Já escrevi sobre isto há mais de vinte anos atrás e nada mudou. O povo parece gostar dos preços abusivos e quando o povo gosta não podemos reclamar. Prometo só reclamar daqui a vinte anos, se vivo for. Já chegando aos setenta acho que vinte anos para mim é demais.
Não quero ser um velho babaca de noventa anos, mesmo não usando bengala. A gente quando envelhece demais desvirtua o que escreve, mas permanece a vontade de sempre escrever porque a mania se torna absoluta. Não escrever para mim é o mesmo que não escovar os dentes. Ficam na mente os relâmpagos e coriscos de lindas frases, às vezes poesias, às vezes advertências. São bafejos cerebrais, assim como o bafo de quem não escovou os dentes.
Os preços de mercadorias são aviltados em alguns lugares porque muitos comerciantes são mesquinhos, ou miseráveis e não se conformam com um lucro de no mínimo 30% sobre o preço de compra da mercadoria no atacado. Em cidades do interior paulista eles, os comerciantes, costumam, através do telefone, ligar um para o outro com a finalidade de venderem os produtos pelo mesmo preço. Neste caso o consumidor acaba ficando num beco sem saída e é obrigado a pagar uma mercadoria, que em outros rincões é bem mais barata. Aí em Picos não deve ser assim. O povo nordestino tem muito mais ética comercial do que os do Sul. Acredito que a cidade de Picos está num desenvolvimento muito grande. Estive aí no ano de 1999 e essa viagem para mim foi a última vez em que vi a cidade onde nasci. Antes estive em Picos em 1974 com minha esposa, uma italiana que não suportou o calor do nordeste. Voltei novamente em 1977 desta vez só. Vendi umas sessenta calças jeans na feira e regressei a Sampa na intenção de levar mais calças, mas acabei desistindo.
Os brasileiros “desiguais” de Niterói passaram por aquele horror que o mundo inteiro assistiu. Mais de duzentos “desiguais” ficaram sob a lama e o lixo e escombros de casas e entulhos. Tais pessoas, apesar do enorme sofrimento em vida morreram de forma violenta, humilhante até para os animais. Tudo porque os políticos rodeados pelas riquezas dos cofres que seriam “públicos” e no caso são “privados”, tendo em vista a roubalheira deles, não moveram um dedo para dar aos “desiguais” um sentimento de humanidade, ou dignidade, porque para a politicalha de plantão os “desiguais” não são humanos e sim “desiguais”. Este é de fato a verdadeira “igualdade” constante no mentiroso Art. 5º da Constituição brasileira de 1988, redigido por políticos de sentimentos frios e nefastos como sempre foram esses políticos brasileiros.
O nosso consolo é o fato do povo americano ter assistido essas verdades esculpidas na realidade. A tragédia dos “desiguais” ocorrida em Niterói foi vista por todo o povo americano. O que será daqui para frente o que pensam de nós e sobre nós, esses bons americanos. Ora, para eles somos apenas um povo ainda tribal, desejando sobreviver, mesmo morrendo por causa de chuvas e deslizamento de morros porque simplesmente não conseguem construir suas casas em locais seguros. Tais locais são destinados aos ricos, aos poderosos, aos ladrões dos cofres públicos. Já os locais perigosos e de péssimas localizações nas alturas dos morros são as moradias dos “desiguais”, que não constam no Art. 5º da Constituição, mas que deveriam constar. Quando este ano de 2010 estiver finalizando, dar-se-ão novamente os mesmo acontecimentos horrorosos de dezembro de 2009 e janeiro de 2010. Isto porque “tudo continua como antes no quartel do Abrantes”, conforme dizia o saudoso Vicente Leporace na Rádio Bandeirantes.
Nosso presidente barbudo deixa o cargo agora no fim do ano. Foram oito anos de agonia. Não temos atendimento médico nos ambulatórios de hospitais em todo o país. Nossa saúde foi para o brejo. Não temos uma educação esmerada. Um semi-analfabeto deve desejar que todos sejam como ele e foi assim no governo Lula. Apenas os “chegadinhos”, os cupinxas da vida tiveram acesso às benfeitorias sociais. O país cresceu em razão dos investimentos anteriores com muito sacrifício dos governos sérios. O presidente Lula só teve tempo para conhecer o mundo. Nada de gigantesco conseguimos com os melhores países do mundo, pelo contrário, emprestamos dinheiro para países que jamais pagarão. Cuba, por exemplo, é um deles. Os Estados Unidos que poderia ser nosso melhor aliado na economia foi desprezado pelo barbudo ao assinar um perigoso acordo nuclear com o Irã. Perdemos muito com esta ação deplorável, mas considerada pelos adoradores do barbudo como uma das maiores políticas de boa amizade com outro país.
É parece que os lulistas não conhecem o barbudo. Ele sequer sabe o que comeu durante o dia e nunca antes neste país tivemos um presidente tão inchado pela cachaça como este que já prepara a mala para abandonar o poder, se é que vai abandonar. É, nós brasileiros do Sul estamos porcos! Em razão principalmente se necessitarmos da saúde pública. As fronteiras com os países de lingua espanhola estão abertas para a passagem dos traficantes de mãos cheias. E o barbudo não fez nada para impedir. A miséria no nordeste prossegue como sempre foi. E o barbudo não fez nada. O PAC foi uma estratégia política que também não produziu nada que pudesse ser apresentado ao público atento, porque é evidente que o barbudo não fez nada. E vai por aí a preguiça desse presidente que só sabe viajar, com o dinheiro pago pelos Otarianos da Silva.
E tenho dito...
Jeovah de Moura Nunes
Escritor e jornalista, Autor de “Pleorama” entre outros livros.