Se algum de vocês jamais sentiu, então, perdão, comigo já ocorreu inúmeras vezes. Ficam as idéias enclausuradas, as histórias cruzam a imaginação, mas não saem do cérebro e gente termina meio tonto, andando feito um sonâmbulo, com um enorme peso ancorado nos nossos ombros, necessitando ser descartado, melhor dizendo, ser esmiuçado e traduzido em palavras nas teclas do computador.
Pois bem, ando assim, com idéias multifacetadas, mas sem oportunidade de escreve-las, torna-las algo vivo que os leitores possam ler e assimilar: um pedaço de lua escanchado no céu da noite fria do hemisfério norte; aquela criança de rosto rosado sorrindo na atração do parque temático; a música antiga trazendo recordações de algum lugar percorrido; o aniversário de casamento; a voz do filho retribuindo os votos de feliz ano novo; a gestação da nora que vai nos dar o primeiro netinho gringo; os amigos distantes, enfim, tanta coisa, mas eu vou ficando por aqui sem trazer nada de novo, repassando os fatos de ontem, sem pensar nunca das perspectivas de amanhã...