Lá se foi o tempo dos chazinhos da vovó. Quando usados ainda hoje, diz-se que não passam de meros paliativos para uma dorzinha qualquer, mas é bom saber que em matéria de remédios, o senso comum fornece pistas que a ciência não pode desprezar. Com o avanço das pesquisas e das descobertas na área médica, somos tentados a relegar a sabedoria popular à área do folclore – coisa de caipira, esquecendo que cabe à ciência explicar, e não desdenhar os conhecimentos, os saberes impregnados na cultura popular.
Dor de dente? Tome um copo de suco de batata crua feito na hora.
Cortes ou micoses? Mija em cima.
É compreensível que tais sugestões sejam classificadas como absurdas e mesmo como um atentado ao bom senso, já que existem remédios e soluções para atendimentos para casos como esses, mas era assim faziam os antigos diante da inexistência de profissionais da saúde. É assim que faz até hoje populações residentes em locais ermos ou mesmo em áreas mais desenvolvidas, mas que não contam com assistência à saúde adequada.
Mas, será que funciona?
Após 20 minutos da ingestão do suco de batata, o potássio, que é predominante nesse alimento age deslocando o excesso de sódio do organismo e tomando o seu lugar. Por conseqüência, as bactérias que estão provocando a dor de dente são inativadas pela mudança do pH. As bactérias são inativadas, mas não mortas. Logo, o problema foi amenizado, mas não resolvido.
No caso da urina, bactérias decompositoras da uréia infestam o local do corte ou da micose, não permitindo o desenvolvimento de outros microorganismos que provocariam a infecção. Por conta dessa proteção, o próprio organismo se encarrega de regenerar a área afetada.
Nada substitui a medicina oficial, mas convenhamos; na hora do aperto, quando não se tem em mãos o remédio ou atendimento médico adequado, os métodos alternativos para cuidar da saúde podem contribuir para amenizar um problema, ao menos “enquanto o médico não vem”.