“Eu sofria da doença de Parkinson, diagnosticada em junho de 2001. Ela atingia o meu lado esquerdo, o que me prejudicava bastante, pois sou canhota. A doença evoluía levemente no começo, mas depois de três anos os sintomas aumentaram, acentuando-se os tremores, a rigidez, as dores e as insônias.
No dia 2 de abril, estávamos reunidas na comunidade para assistir ao vivo à vigília de oração na Praça de São Pedro, em Roma, pela televisão francesa da diocese de Paris (KTO). Com as outras irmãs, soube, na mesma hora, da morte de João Paulo II. Para mim tudo desmoronou, parecia o fim, eu estava perdendo um amigo, aquele que me compreendia e me dava forças para ir adiante.
No dia 13 de abril, festa de Nossa Senhora de Fátima, Bento XVI anunciou oficialmente a dispensa especial (prazo mínimo) para abertura do processo de beatificação de João Paulo II. A partir de 14 de maio, as irmãs de todas as comunidades da França e da África pediram minha cura por sua intercessão. Elas rezariam sem cessar até o anúncio da cura.
No dia 1.º de junho, não aguentava mais, lutava para me levantar e ficar de pé. No dia 2, depois do meio-dia, procurei minha superiora para pedir que me dispensasse das atividades profissionais. Ela me pediu para suportar um pouco mais. Deu-me uma caneta e me pediu para escrever: “João Paulo II”. Eram 17 horas. Com muita dificuldade, escrevi “João Paulo II”. Diante da escrita ilegível, permanecemos longo tempo em silêncio.
‘Meu médico
constatou que os
sintomas haviam
desaparecido’
Após a oração da noite, às 21 horas, passei por meu escritório. Era entre 21h30 e 21h45. Senti, então, o desejo de pegar uma caneta para escrever. Foi um pouco como se alguém me dissesse: “Toma sua caneta e escreve”. Para minha surpresa, a escrita estava legível. Não entendi bem e me deitei. Às 4h30, despertei estupefata por ter dormido. Saltei da cama num pulo, o corpo não doía mais. Nenhuma rigidez, e interiormente eu não era mais a mesma.
Às 6 horas, saí para me juntar às irmãs na capela... Tinha de percorrer uns 50 metros e então percebi que meu braço esquerdo balançava ao andar, ao contrário de antes, quando ele ficava imóvel ao longo do corpo. Percebi também uma ligeireza no corpo, uma flexibilidade que havia tempo não tinha.
No dia 7 de junho, como estava previsto, voltei ao neurologista que tratava de mim havia quatro anos. Ele constatou, surpreso, que todos os sintomas tinham desaparecido, embora eu não estivesse fazendo tratamento nos últimos cinco dias.”
*
IRMÃ MARIE SIMON PIERRE DEU ESSE DEPOIMENTO À TELEVISÃO FRANCESA KTOTV E À ITALIANA RAI EM 14 DE JANEIRO DE 2011
Fonte: O ESTADO DE S. PAULO/Vida, domingo, 01/05/2011, página A29.
________________________________________
“Fora da VERDADE não existe CARIDADE nem, muito menos, SALVAÇÃO!”