Freira francesa relata cura de Parkinson atribuída ao papa
Em foto de janeiro, freira Marie Simon-Pierre posa ao lado de
retrato do papa João Paulo II
MARIE SIMON-PIERRE
Estava sofrendo de mal de Parkinson. A doença foi diagnosticada em junho de 2001. Toda a metade esquerda do meu corpo fora afetada, o que me causava sérias dificuldades por eu ser canhota.
Passados três anos, os sintomas se agravaram: comecei a piorar dia após dia. Não conseguia mais escrever, não conseguia mais dirigir o carro a não ser em percursos muito curtos. Estava exausta.
Desde o diagnóstico, tinha dificuldade para ver João Paulo II na televisão. Mas me sentia muito próxima a ele em minhas orações e sabia que ele seria capaz de compreender o que eu vivia. Admirava sua força e coragem.
Em 2 de abril de 2005, o anúncio da morte de João Paulo II fez com que meu mundo desabasse: havia perdido o amigo que me compreendia. Surgiu-me a sensação de um grande vazio – mas ainda tinha a certeza de Sua presença viva.
Em 1.º de junho, eu já não aguentava: levantar-me e caminhar era uma luta. No dia seguinte, procurei minha superiora e lhe solicitei que me dispensasse do trabalho. Ela me pediu que resistisse até a festa da ascensão em Lourdes, em agosto, e acrescentou: “João Paulo II ainda não disse sua última palavra”.
Depois da oração noturna, passei pelo meu escritório antes de me recolher a meu quarto. Senti o desejo de apanhar uma caneta e escrever, como se me instruíssem a fazê-lo. Eram 21h30 ou 21h45.
Minha caligrafia estava perfeitamente legível: surpreendente! Acomodei-me em minha cama, atônita. Eram passados exatos dois meses do retorno de João Paulo II à morada do Pai. Acordei às 4h30, espantada por ter conseguido dormir.
Levantei-me rapidamente; meu corpo já não estava dolorido, a rigidez tinha desaparecido; e eu não me sentia mais a mesma, interiormente. Mais tarde, dei-me conta de que, enquanto caminhava, meu braço esquerdo se movia; já não permanecia imóvel, encostado ao corpo.
Em 7 de junho, meu neurologista se surpreendeu ao constatar a repentina desaparição de todos os sintomas da doença. No dia seguinte, a superiora-geral da ordem comunicou a toda a comunidade a graça concedida a nós.
Já se passaram dez meses desde que interrompi toda espécie de tratamento. Retomei o trabalho normalmente e não tenho dificuldade alguma para escrever ou guiar. A sensação é a de que renasci.
Hoje afirmo que o amigo que deixou nossa Terra continua muito próximo de meu coração. Que o Senhor tenha me concedido viver, por intercessão de João Paulo II, é um grande mistério; mas nada é impossível para Deus.
MARIE SIMON-PIERRE, 50, freira francesa, recebeu milagre atribuído a João Paulo II.