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Artigos-->Contando histórias num abrigo de senhoras - (6) -- 01/07/2011 - 18:55 (Alzira Chagas Carpigiani) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Relatório de 01/07/2011 - Abrigo Pentecostes (das 10 às 11 h)



Senhoras:



Pérola



Maria Silvestre



Dolores



Valdete



Maria José



Joana



Maria Rosa



Hermínia



Ascensão



Enfermeira: Val / Cozinheira: Delfina



Aquecimento - Músicas: Raízes, na voz de Renato Teixeira e Presente, na voz de Eugênio Leandro - CD Cantorias e Cantadores)



Histórias: Mata-Sete; Os Passarinhos da Figueira; Flor no Cabelo e O Rei Que Tinha Orelhas de Burro



Eu senti que havia um certo incômodo no ar do abrigo hoje, não saberia dizer exatamente o que era, mas com certeza era algo negativo que interferiu um bocado no desempenho da minha apresentação.



Algumas senhoras pareciam bem cansadas e até cochilaram durante a contação, no entanto, as minhas ouvintes mais participativas permaneceram atentas o tempo todo, como sempre. O encantamento que o rosto da dona Valdete me transmite quando conto as histórias, faz valer a pena todos os contratempos que aparecem no meu caminho. A delicadeza das palavras da dona Dolores serve de incentivo para o avanço das minhas pesquisas. O olhar esperto da dona Maria Rosa então... Eu sempre pergunto se elas conhecem a história que estou prestes a contar, foi assim hoje também quando me preparava para Os Passarinhos da Figueira, todas responderam que não conheciam. Porém, quando cheguei no refrão 'Jardineiro do meu pai, não me corte o meu cabelo, minha madrasta me enterrou pelos figos da figueira', recebi a colaboração da voz de dona Maria Rosa. Na segunda vez que cantei o refrão, ela novamente cantou comigo ainda mais entusiasmada. O que houve? Pois é, ela achava que não conhecia aquela história, mas de repente lembrou que conhecia sim e muito bem! Que alguém já tinha contado para ela, há muitos anos, quando ela ainda era menina, lá no Recife. Fantasiei então ter visto as novas sinapses acontecendo dentro daquela cabecinha tão querida e imaginei que muitas outras memórias também adormecidas ali dentro poderiam 'por que não?' voltar à ativa.



Mea culpa... eu, às vezes, faço escolhas erradas. O Mata-Sete hoje se mostrou meio maçante. Adoro essa história e durante o ensaio, tinha saído tudo perfeito, mas quando chegou a hora da verdade, eu não senti a leveza necessária para que a história pudesse envolver o nosso grupo afetivamente. A Flor no Cabelo compensou com sua magia o gosto estranho que a narração do Mata-Sete tinha deixado. Em seguida, as senhoras aceitaram o convite e subiram nas costas do enorme cavalo de crinas compridas até o chão para viajar com a personagem Losang e comigo, de uma aldeia para a outra. Quando apareceu uma pérola no percurso, dona Pérola levantou a mão e disse um tanto alterada: 'Ei, a pérola está aqui, a Pérola sou eu!' Juntas, todas nós, enfrentamos monstros e desafios para depois fechar os olhos e imaginar a beleza do casamento de Losang com a bela Boumo. Ainda tínhamos tempo? Ok. Mais uma história seria muito bem-vinda. O Rei que Tinha Orelhas de Burro trata da angústia que pode provocar numa pessoa o peso de um segredo...



Sempre há pedras no caminho para colocar em risco o sucesso de uma caminhada, no entanto, não é assim que acontece também nas nossas belas histórias de tradição oral? Enigmas e desafios existem para ser desvendados ou vencidos no final e é aí que está a graça da coisa.



Bom final de semana, pessoal!



'Na janela do trem apareceu uma princesa que fez careta, na janela do trem apareceu uma bruxa invejosa que fez careta, na janela do trem apareceu um lobo malvado que assustou todo mundo... Na janela do trem apareceu uma história tão linda que agora eu vou contar!'





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