Portugal pede ajustes no acordo ortográfico
Inicio este artigo com as palavras Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores do Brasil em Lisboa, em 2 de Novembro de 2007.
“ Como podemos trabalhar em conjunto, se um diz actual, e o outro, atual”.
Este acordo é resultado de estudos preliminares sérios; de debates entre sete países que se preparavam para assinar um acordo ortográfico de relevante significado para todos os fins, seja no âmbito literário, comercial, social, econômico e outros.
Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Brasil e Portugal vêm se preparando e programando para que em 31 de Dezembro de 2012 , data oficial para que cada país, a seu modo, esteja devidamente adaptado às regras estabelecidas pelo acordo e as inclua nos livros escolares, didáticos, e demais publicações em português.
Há a possibilidade de se estender até 2015, caso haja necessidade, uma vez que a adaptação total demanda não só gastos, mas também uma posição unânime face a um acordo de fundamental importância para todos os países que têm a língua portuguesa como seu principal veículo de comunicação.
A posição de Vasco Graça Moura de ignorar um acordo que seguiu os trâmites necessários até à exaustão, aqui pelo Brasil sequer se cogita, e até pouco se fala sobre isso, para o Brasil o acordo está selado.
Acredito que em Portugal o bom senso vai prevalecer, o acordo, se não entrou ainda em vigência, até 2015 acabará sendo instituído em caráter definitivo.
No Brasil os livros didáticos já estão devidamente adaptados, nas escolas já se ensina o português pós acordo, até eu já tenho três livros publicados nos moldes da nova ortografia, e os meus artigos vão continuar a sair por aqui e no Notícias de Barroso já devidamente adaptados, e isto é bom, até mesmo para perceberem que a mudança não foi tão drástica assim, não impede ninguém de ler e entender o que está escrito.
No Brasil a mudança já aconteceu, questionamentos como o de Vasco Graça Moura em Portugal , aqui houve muitos, e alguns com justa razão.
Uma das funções do acento é preservar a pronúncia, fazer com que ao longo dos anos não se perca a pronúncia correta de determinados vocábulos. Ao retirar o trema (¨) corre-se sim esse risco, palavras como Cinquenta, aguenta e muitas outras, agora sem o trema ficaram desprotegidas. Se aí se propõem ajustes, por aqui também os deveria haver.
Como há ainda três anos para isso, quem sabe...
Por esse lado foi bem vinda a posição de Vasco Graça Moura, foi assim como um despertar para falhas no acordo aqui e aí.
Como em Portugal o Secretário da Cultura, Francisco José Viegas propõe.
“ Um olhar com cautelas para os imperativos da nova escrita do Português.
A três anos da implementação definitiva da nova ortografia há trabalho a fazer para afinar as palavras”.
Pelas palavras acima colocadas, a postura do governo português aponta para ajustes, não para uma medida drástica de desconsiderar um acordo.
É o que se espera, afinal Portugal e Brasil vivem um momento de estreitar mais e mais os vínculos linguísticos e afetivos; de troca de conhecimentos em todos os ramos do saber; de investimentos altos a começar pelo projeto do Pré Sal aqui na baixada santista, e outros que muito podem Beneficiar os dois países.
Não é uma boa hora para medidas que desagradem a qualquer das partes e o bom senso há de prevalecer certamente.
Lita Moniz
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