Dia dez de junho, um feriado nacional, que este ano coincide com um Domingo: uma oportunidade para que muitas comunidades portuguesas espalhadas por todos os cantos do mundo se reúnam para festejar. Todas as casas que representam estas comunidades se preparam para festejar este dia com muita alegria, comidas típicas de todas as regiões de Portugal regadas com azeite português e bons vinhos.
Um convívio sadio, muita música portuguesa, ranchos folclóricos, enfim, uma festa que tenta recriar nos países de acolhimento o cenário e o desenrolar das festas tradicionais de Portugal.
É dia Portugal, de volta às origens, às raízes que moldaram o nosso modo português de ser.
É dia de pensar no Portugal de ontem e de hoje.
A preocupação com os problemas da Zona do Euro este ano, claro, vai estar presente.
E muitos dos discursos que ali se vão ouvir vão chegar aí, porém, sente-se no ar um certo otimismo, todos sabem que Portugal vai sair desta crise mais forte, mais consciente de seus deveres para com a nação. Um país a crescer, que deu uma parada para pensar nos rumos a seguir, mais nada.
Vão, claro, apresentar sugestões e ações que possam ajudar. As comunidades sempre se fizeram presentes nos destinos da nação.
É também dia de Camões porque é este o poeta que melhor encarna o espírito de aventura do povo português. Como poeta, se me perguntassem qual Camões te encanta mais? De olhos fechados diria: Camões lírico, Camões a cantar o amor cortês como nenhum outro trovador o fez, e foi mais longe, porque nele já se via um outro amor a chegar. Um amor não tão platônico, mais próximo, mais carnal . Por cautela, para não contrariar os preceitos da igreja, este amor está mais presente em Vênus, a Deusa da beleza e do amor, que percorre toda a Epopeia portuguesa “ Os Lusíadas”.
Camões Lírico oscila entre o amor carnal e o espiritual. Segue a tradição italiana, o amor Concebido por Petrarca, mas também aqui vai além, A Laura de Petrarca, mesmo depois da morte continua viva na alma do poeta. Camões aponta para um possível amor para além da vida:
“Se lá no assento etério onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste” . (segunda estrofe do clássico poema de Camões “Alma minha gentil, que te partiste”.)
Camões Épico canta os feitos e as glórias do povo Português, “Heróis do Mar”, canta o Momento áureo de um povo, de uma nação, um feito realmente grandioso. Portugal apresenta para o mundo outros mundos. Estabelece rotas marítimas, abre caminhos no mar.
Dia 10 de junho representa o que de mais nobre há na nação portuguesa: O espírito de aventura do povo português, por extensão representa uma vontade forte de não se acomodar, não desanimar diante das tempestades, ultrapassá-las.
Fazer de cada obstáculo um trampolim para ir mais longe.