Quero dar os parabéns ao Domingos Oliveira pela coragem de discordar do eminente lingüista José Luiz Florin, quando de sua afirmativa:
“Não existe razão lingüística que justifique o projeto, que é inviável do ponto de vista de formação do léxico e politicamente equivocado. A língua não está sob ameaça”.
E eu concordo com o ilustre mestre, quando ele afirma que a língua não está sob ameaça. Ou melhor, nunca esteve.
Não há necessidade de projetos de leis, para que o cidadão tenha interesse pelo idioma pátrio. Basta que para tal haja incentivo. E é o que passou a acontecer no período
"pós múltipla- escolha" quando se começou a exigir em exames de vestibular a Redação e as questões discursivas.
Isso mudou muita coisa, apesar dos estrangeirismos que de forma alguma corrompem a língua. Ao contrário: enriquecem a comunicação.
Não conheço nenhum brasileiro que use o "delete" sem saber a referência da palavra em nossa língua portuguesa.
Digo isto, porque, além de lecionar literatura e português, também trabalho com língua estrangeira e o aprendiz é "viciado" em traduzir o que está aprendendo.
Não vejo perigo algum de nos americanizarmos, pois o culto à Língua Portuguesa e o destaque à REDAÇÃO nos colégios, atualmente, vão garantir-lhe a permanência - evolutiva sim! - mas incorruptível.
Creio que podemos conviver pacificamente com a dobradinha insubstituível: o hot-dog e a Coca-Cola.
Ademais, as proibições que inibem o gosto popular tendem a cair. Haja vista o exemplo dos nomes próprios proibidos, com "K", "W" e "Y"... Hoje em dia voltaram à crista da onda.
É apenas uma opinião crítica, sem querer desmerecer sua abordagem.