Francisco Miguel de Moura*
A aranha tece e retece,
e não para nem cansa,
emaranha-se na teia
e dança. E desce, desce...
O espelho mostra o irreal,
direito x esquerda,
e quem sabe não aposta
em tantos mais erros?
O homem, como se não visse,
desconhece a face de ontem,
desde que emoção alguma,
o mundo em redor lhe pinte.
A mulher aparece e logo vê
tudo em redor. E desaparece
para voltar, se sente amor,
e mais refletir e parecer.
Em suma, todos nós viventes,
gente, animal ou cousa,
apostamos no impossível.
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* Francisco Miguel de Moura, poeta brasileiro, mora em Teresina, Piauí, Brasil - e-mail: franciscomigueldemoura@gmail.com
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