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Artigos-->GÁS DE XISTO -- 22/10/2012 - 15:13 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


GÁS DE XISTO



 



Edson Pereira Bueno Leal, outubro de 2012, atualizado em novembro de 2012.



 



O gás de xisto (shale gás), ao contrário do gás natural convencional , concentrado em depósitos no subsolo, o de xisto está misturado a uma formação rochosa parecida com a argila. Avanços tecnológicos recentes tornaram a extração de gás de xisto economicamente viável desde 2006 e a produção americana cresceu 48% ao ano em média.



Duas tecnologias complementares foram desenvolvidas pela empresa Mitchell Energy , no campo Barnett , no estado do Texas.  A primeira, chamada de “perfuração horizontal”, permite acessar melhor o solo que abriga o gás de xisto. A segunda, denominada “fratura hidráulica”, facilita a remoção do produto. O poço aberto na perfuração recebe uma mistura de água, areia e diversos produtos químicos sob alta pressão para criar fissuras na rocha e liberar o gás, que então é levado à superfície por uma tubulação.



Em 2000, o gás de xisto representava 1% do total de gás natural consumido nos EUA e em 2012 corresponde a 30%, podendo chegar a 46% em 2035, o que tornaria o país autossuficiente em gás natural.



A produção na formação de Bakken, na fronteira com o Canadá, já levou o Estado de Dakota do Norte a superar o Alasca no ranking da produção petrolífera.



As reservas americanas são de 827 trilhões de pés cúbicos, o suficiente para abastecer o país por 36 anos , mas pode ser por mais tempo.(F S P, 9.7.2011, Mercado, p. 2).



Debaixo da Pensilvânia há uma enorme placa de xisto. A rocha subterrânea é colossal no tamanho e no potencial . Estende-se do Estado  de Nova York a Ohio, passando pela Pensilvânia e Virgínia Ocidental. Calcula-se que contenha uma das maiores reservas de gás do mundo, capaz de atender a demanda americana, no nível atual por 100 anos. ( Revista Veja, 28.11.2012, p. 110-116) .



A Agência Internacional de Energia divulgou relatório em novembro de 2012, onde afirma que os EUA serão o maior produtor de petróleo do mundo em 2017 , em 2030 estarão exportando mais petróleo  do que importam e cinco anos mais tarde serão autossuficientes em energia. Esta realidade, caso se concretize muda tudo no mundo geopolítico, com o declínio da importância da OPEP e da Rússia , grandes produtores.



Na Rússia , a exploração do campo de Shtokman , um dos maiores do mundo, localizado no Ártico russo, já foi arquivada porque o principal comprador seriam os Estados Unidos, que agora tem gás dentro de casa. O gás tem  tudo para ser o combustível do século XXI . ( Revista Veja, 28.11.2012, p. 110-116) .



 



Segundo a KPMG, o negócio ganhou tal dimensão que os EUA podem deixar de ser importadores e se tornar exportadores.



Segundo o professor de planejamento energético da Coope/UFRJ, nos EUA o preço baixo cobrado pelo gás se deve à existência de uma grande rede de gasodutos já amortizados e à ação de pequenas empresas de tecnologia na pesquisa do gás de xisto. Os EUA conseguiram resolver a questão ambiental em alguns Estados, um dos entraves para o desenvolvimento do negócio, já que para retirar o combustível das rochas é preciso bombardeá-las com muita água e produtos químicos, tecnologia que o Brasil ainda não domina.



O gás natural emite 60% menos gás carbônico do que o carvão e 30% menos do que o petróleo, mas os ecologistas alegam que a solução de água, areia e produtos químicos injetada nos poços para fraturar a rocha pode contaminar a água e o ar e dizem que o faturamento do xisto aumenta o risco de terremotos. Na França, o faturamento hidráulico está proibido e na Alemanha suspenso .( Revista Veja, 28.11.2012, p. 110-116) .



A Braskem revelou estudos para processar gás de xisto no mercado norte-americano. O plano da companhia é tentar produzir o próprio propeno, que será consumido nas cinco plantas de polipropileno, que a empresa tem nos EUA. ( F S P , 11.05.2012, p. B-6) .



A China, detentora das maiores reservas mundiais de gás de xisto, completou em março de 2011 a perfuração de seu primeiro poço, na província de Sichuan. A Inglaterra também já concluiu a exploração de algumas estruturas de exploração.



 



GÁS DE XISTO NO BRASIL



 



No Brasil, utiliza-se uma tecnologia antiga para extrair óleo de xisto no município de São Mateus do Sul, no Paraná, pela Petrobrás, com produção de apenas 130 mil metros cúbicos de gás por dia, para um consumo diário de 49 milhões de metros cúbicos por dia.



A geração de eletricidade com gás natural convencional ou de xisto é benéfica em termos ambientais, produzindo apenas metade do dióxido de carbono liberado por termelétricas a carvão. Porém o uso de componentes químicos potencialmente tóxicos como chumbo e benzeno pode contaminar o lençol freático trazendo riscos ambientais, embora nenhum caso grave de contaminação tenha sido comprovado. (Veja, 21.12.2011, p. 108-110).



Segundo a diretora geral da ANP, Magda Chambriard, “A ANP fez um exercício utilizando o Barnett Shale [região do Texas- EUA] como referência. Se as rochas geradoras tiverem o mesmo potencial, poderíamos atingir volume de  200 tcf (trilhões de pés cúbicos) em três bacias brasileiras: Bacia dos Parecis (Mato Grosso), Bacia do Parnaíba (Maranhão, Piauí e Tocantins) e Bacia do Recôncavo (Bahia). O Departamento de Energia dos EUA (EIA/DoE) indicou numa avaliação de 2011, somente para a Bacia do Paraná a ocorrência de 226 tcf, provenientes de gás de xisto. Esse estudo não é respaldado pela ANP”. Esta reserva seria a nona maior reserva mundial.



Ela estima que “em dez anos vamos mais do que duplicar a produção de gás no Brasil. Dependendo do volume de gás reinjetado no pré-sal, poderemos disponibilizar de 100 a 120 milhões de metros cúbicos. Esse aumento virá das plataformas do pré-sal. Temos um enorme potencial que está começando a ser descoberto nas bacias terrestres.” (F S P, 20.10.2012, p. B-9).



O gás de xisto ressuscitou a indústria química e petroquímica americana, que volta a ser um concorrente brasileiro. Segundo Henri Slezynger, presidente do Conselho da Abiquin, “O complexo petroquímico brasileiro produz quatro milhões de toneladas de eteno [primeiro insumo na cadeia do plástico]. Apenas os projetos de gás de xisto nos EUA somam 11 milhões de toneladas de eteno”. Ainda segundo a Abiquin, os investimentos nos EUA somam US$ 30 bilhões. No Brasil eles estão congelados, mas poderiam alcançar US$ 10 bilhões se houvesse oferta de gás para o setor industrial.



A Lei do Gás no Brasil é de março de 2009. Porém, devido aos preços, apenas 4% do gás natural consumido no país seja convertido em produtos na indústria de transformação. O governo federal e a Petrobrás discutem uma política de preços que estimule o uso do gás como matéria-prima da indústria. Por sua vez a Abrace – Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia defende a liberação da exploração do gás não convencional pelo setor privado, para aumentar a oferta do produto, hoje concentrada nas mãos da Petrobrás. (F S P, 20.10.2012, p. B-9).



 

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